O silêncio do reacionário

Não existe silêncio absoluto


Nem na noite, nem na vida, nem na morte

Nem no nada... É não!

Você não lê como o outro, mas entende como tal.

O barulho, o ruído, o zunzum, o som do grilo, o cantar do sapo, o vento nas arvores, os passos, a voz distante; parece não incomodar, não incomodam, mas altera o ambiente, induz o pensamento, modifica o todo.

O peso do ar, o respirar, a intensidade do pensamento, os batimentos cardíacos;

E aquela ecoalização constante que não cessa em teu ouvido que parece ser o silêncio

Faz com que tu penses como o outro... Por que o outro vive este mesmo silêncio.

Não é como tu pensa que é, não é como tu quer pensar.

O espaço te proporciona tal pensamento... E tu aceita!

O ambiente está poluído. A nossa mente está poluída, ela nos engana com o tal silêncio.

Você sempre ouvirá algo, o nada não existe.

Nem na noite, nem na vida, nem na morte

Nem no nada.

Vai ser sempre quase nada porque tua percepção de mundo é limitada.

E quando tu puderes compreender esse “silêncio” já anunciado

Tu serás louco por ouvir demais, o que para todos é normal.
Saindo do vilarejo obscuro de Gutierrez


Coturnos amarrados... Camiseta com influencias mayhemnicas

Crescente angustia ecoa no coração troll

Suspiros contraídos de ódio por um passado

Amargurado... Liberto ele é Barrabás

Apanhando o salvador e colocando-o na cruz invertida



Noite com cheiro fúnebre e postes com luzes apagadas

Ruas que exalam a esgoto... Um pisar no estreito sujo de lama

O caminhar para o centro imundo como inicio de uma jornada

Escuridão envolve o ambiente

Em frente a três monumentos mortos ainda lembrados

Três defuntas... Ex-prostitutas elitistas... As três Marias

Abaixo de suas saias o demônio vocifera antipatia aos reacionários de preto que ali se encontram



E Judas segue insano para o abismo mítico

Correndo pela ladeira Farquharquica escreve seu manifesto malevolente com traços mal feitos em uma parede histórica de história mal contada

Atmosfera de guerra com batismo no fogo para queimar a alma

“Tu não tem deus, tu não têm ninguém!”

Ignorado por Diana... Oh bastardo de Satanás

Os mistérios escondidos em teu crânio vêm sendo revelado

Malditas palavras que arruínam a vida

Murmúrios vindos do grande madeira

“Corra para a catedral Judas, destrua o altar e queime o sagrado coração de Jesus”

Como um cão de preto corre... Atingi o templo

Acima da cabeça os cânticos da rasga mortalha

Apenas um arremesso contra a porta e o profano está dentro do sagrado

Matando todos os santos... Evitando lágrimas e adoração

Realizando o merecido ritual aos divinos

Com chamas infernais queimando o coração de Jesus

Fogo que ilumina as instituições triviais

Onde estão os anjos com as trombetas?

Este é o apocalipse e aqui está o Anticristo



Deslocado mais para frente os olhos podem assistir a maçonaria iluminada pela catedral em chamas

Sem arrependimento lança a inexaurível labareda à filosofia de pedra

O simbolismo maçônico transformado em fumaça negra

Totalmente queimada com suas idéias de indivíduos dominantes se passando por universais durante toda a história

Este é o sacrifício da mentira

Todos desesperados com o caos instaurado

Assombrados com as chamas revolucionárias que queimaram o reino cristão no solo de xamãs

Ilusões apagadas de falsas instituições

Décadas que ficaram na memória das pessoas

Para a profunda glória a este vivido trágico... A queima dos fragmentos fantasiosos que mantiveram a maldita sociedade autoritária



Descendo na ladeira sórdida de Bonifácio

É uma noite de sábado babilônica

Profundamente indomável rumo ao materialismo memorável

Frente à antiga estação férrea alimentada pelo tempo

O bastardo registra a arrogância da decadência na parede que conta a história

Cheio de ódio grita inutilmente altas palavras de discórdia... E é ouvido

E corre... Como um selvagem dessas florestas

Vociferando a cada encruzilhada elevados vocábulos de guerra ódio e sodomia



Cansado... Sentado na beira de um meio fio na calçada

Ascende o cigarro e bebe álcool

Chapando com lembranças de musicas que exaltam hordas

Falando sozinho até o sol fulgurar

Voltando para casa... Retornando ao refugio do demônio

Num quarto que fede mofo deitado sobre lençóis não lavados há semanas

Esperado pela vigília planejada de Diana

Culpado de idéias iscariotistas depois de tentado a sua terra

Pérfido, pensa... Pensa... E dorme

“Tu não tem deus, tu não têm ninguém!”

Isto é real, pensou após acordar angustiado

Não viu mais a Deusa Diana

Para Diana ele sempre será o Judas

E esse é o fim de Judas acusado de traição

No calabouço da escuridão quente ele ficou sozinho

Um desperdício de desejos é consumado após a queima dos ídolos

Cordas que cobiçam um pescoço com pensamentos bestiais

É como acontece na inquisição... Uma mentira a mais para matar

Dias mais escuros estão por vir

Expedições Internas

Com um inicio repleto de incertezas fomos a caminhar em uma linha onde não se podia ver o fim e com alguns decorrer de tempos deixamos de ver o ponto de partida, como vários visionários que por ai andam, nos também sonhamos bastantes, com muitas ilusões nos acompanhando e transformando o abstrato em real e concreto, durante o caminhar tivemos a experiência de nos surpreender com o óbvio e com o cotidiano, poderíamos relatar aqui as trocas de palavras, olhares e gestos que aconteceram durante todo o ato de se viajar internamente, mas ainda sim deixaria de lhe dizer a essência de tais momentos, sinto que poderia também ate descrever os locais pelo quais passamos, pelas grandes obras construídas e destruídas pelos homens, mais também deixaria de te dizer sobre os rostos vazio e olhares vagos pelos os quais passamos, com memórias e atos bastantes vividos, mesmo que estas memórias não tenha relatos e conhecimentos de um mundo que compramos em revistas e vemos em algumas caixas, mas de um mundo onde se pode ver um correr de águas no fundo de vários quintais, ainda sim gostaria de lhe dizer que durante a caminhada entre os rostos vazio e olhares profundo, senti uma sensação de estar perdendo muito, de não estar sendo um verdadeiro “ser”, onde o que me vem de tão longe se torna muito importante e desconheço o mundo ao meu redor, sei muito sobre o que os outros e pouco sobre minha essência. Durante àquelas horas e percurso, vimos o ser como somos o errado e certo o bem e mal o branco e preto o cheios e vazios, e não somos nada não passamos de corpos frágeis, a procura de sentido pra uma existência e neste caso sem rumo, com caminhos um tanto certo, com locais de partidas e chegados, marcando horas e planejando vidinhas sem nexo, percebo que esta e a verdadeira ilusão, pois não temos rumos certos a chegar.

Expedições internas – O que vi e conheci

Primeiramente um olhar sonolento de quem teve uma noite mal dormida e de quem verá um dia nascer diferente.

 
Ainda era cedo quando as primeiras dificuldades vieram, mas continuamos.
Vimos o sol flamejar pela esquerda e começou a revelar o verde que íamos ver por algum tempo.
Estávamos fascinados pelo o que poderia vir, sem ter idéia do que era na verdade.
Logo não vimos a primeira hora passar e chegamos no primeiro ponto onde assinalava uma ponte antiga, a qual só conhecíamos por “ouvir falar” ou ainda em livros. Era um primeiro contato com a história. Chegamos ao povoado, onde não nos demoramos muito e por um breve contato visual pude perceber que a localidade estava em ritmo de álcool, bêbados e putas a festejar.
E continuamos... O asfalto estava parecendo uma linha estendida ao chão, mas a qual não saberia o fim. O olhar se mantém fixo e reto na linha imaginária que uma vez ou outra aparece com várias ladeiras.






Em outro ponto observei mais um grande trecho da história regional que eu não sabia que existia em determinada localidade. Eram os mesmos objetos antigos que existem no lugar de onde eu saí. A diferença é que nesse ponto eles são menos, porém parece ter mais valor e significância, pelo fato de o colocarem como distintivo daquela região. As faces que apareciam por lá eu não conhecia de nenhum lugar. Nosso sustento do começo até aqui, foi apenas uma caixa de leite.






E seguimos na linha... Dissipavam-se vários personagens ao longo daquele cinzento e quente chão. Duas pessoas na beira da escaldante linha esperando ajuda para se locomoverem. Um homem barbudo com garrafas no meio do “nada”. Um posto de gasolina mórbido. A sensação era mais estressante o calor provocava sede. Tão quente que eu já estava desacreditado na camada de ozônio. A fome estava estampada nos olhos de cada um. O corpo pedia um rio, mas a margem da linha só evidencia floresta e pasto. O único ruído aos ouvidos era de motores. O nosso objetivo tinha se tornado um desafio, era vencer a nós mesmos. Não que o ponto de chegada fosse uma vitoria, mas demonstraria superação por pessoas que saíram de suas estagnações com meia idéia de mundo na cabeça na busca de ver de perto parte do ambiente que a tanto discursam em seus cotidianos. Era uma tríade demente.






Deixamos a visão das outras cidades para a volta e nos apressamos, já contavam mais de sete horas de viagem. Passamos a divisa dos estados. Daí pra frente, decidimos não parar mais, correndo cada vez mais. Agora o estresse era maior, pois não encontrávamos nada, nem mesmo um povoadozinho. Caralho de capital! Nenhuma placa avisando “Capital a ‘x’ km, relaxe otário”. Em nossos planos e segundo as placas anteriores, já deveríamos ter chegado, mas só víamos floresta, pasto e fazenda. Começamos a nos torturar, será que seguimos uma lenda? Mesmo assim nossos motores seguiam para essa inexistência, a história.






Com mais de 10 horas de estrada, finalmente surge o povoado. Na entrada um cemitério, ta explicado. E depois daí percorremos mais uns 10 km, para chegar à zona urbana. Nem mesmo a fome, a sede e o cansaço tiraram nossa vontade de conhecer primeiro o local para depois as necessidades. E olhávamos, éramos olhados. Sorriamos, para o humano. Comparávamos. o rio deles era menor. O transito era diferente, organizado. Eles tinham pontes, locais públicos limpos, prédios históricos preservados, a história do povo em todos os pontos, a borracha. Um local antigo chamado mercado velho. A enorme bandeira do Estado na beira do rio fez com que eu tivesse um sentimento regional maior. Uma praça chamada Revolução, sem muito militarismo e coronelismo despóticos. Vimos a desigualdade social ao lado do centro da cidade, uma área baixa com casas de madeira sem infra estrutura nenhuma, enquanto em outra esquina, bom asfalto, saneamento básico, várias câmeras, fiscalização eletrônica e até um guarda de transito auxiliando. Eles têm um museu da borracha, objeto que parece ter marcado a história dessa população. Era domingo a noite e muitos locais permaneciam aberto ao publico, admirável. Mulheres, a população parecia ser majoritariamente por mulheres. Não foi possível perceber uma diversidade de pessoas no que se refere ao costume, parecia que todos pertenciam a aquele local, isso foi comprovado no olhar deles para nós. Éramos outros, porém de lá.


A noite andamos mais, estava tendo um evento de musica, pop rock, onde tinham alguns jovens curtindo, nada muito underground. Atravessamos o outro lado da cidade no outro lado do rio. Vimos os prédios históricos de perto e ali mesmo era o point das festas, som alto e bebidas.


Após tudo isso, fomos dormir... Dormimos na praça da Revolução. Dormi bem, embora preocupado. Pela manhã revisamos as motos e seguimos para o ultimo ponto a universidade federal. Não fiquei muito impressionado quanto a este ultimo. E daí então pegamos a BR, rumo as nossas origens. E seguimos mais uma vez sem o café da manhã. Conseguimos tomar banho em um lago e seguimos estrada. Desenvolvemos a maior velocidade de nossas motos e seguimos por 100km sem paradas. Apesar da volta estar ocorrendo mais rápida a nossa paciência tava esgotada e a tendência era consumir ainda mais. Mais um dia de sol latente e olhar fixo na linha imaginaria cinzenta. Era uma espécie de psicologia da consumição sustentada pela filosofia da imaginação. Nossa melhor refeição foi na volta, um misto quente com refrigerante. Ahh...
Depois daí ficamos mais extrovertidos. De vez em quando riamos de algo.
E quando estávamos próximos a nossa procedência um dos motores fundiu, mas logo conseguimos carona e chegar no nosso ponto inicial. Mas não deixou de ser uma situação complicada.



Apesar de todas as dificuldades, não me senti um animal fora de seu habitat, pelo contrario. Somos de um único lugar, Amazônia. O clima sempre foi esse que sentimos, a distancia é grande e sempre foi assim... A diferença é que tínhamos que sentir isso na “pele”!
Será que teríamos essa percepção de mundo se chegássemos lá sem dificuldade, sem fome, sem sede, sem vontade?

Percorremos parte do sudoeste amazônico, temos motivos para nos orgulhar do que vimos. Temos motivos também pra repudiar outro lado que continua esquecido. Vimos tudo de muito perto e rapidamente, ainda é uma visão superficial de mundo. Mas é uma visão prática e de vivencia. Não é mais teórica. E isso é fundamental.



Ego perdido


 Procurando um sentido, estando nesse sentido
e por sentir que este sentido é errado é erroneo,
não sei qual o sentido, não sei o que sigo, o sentido
deve ser o sul ou quem sabe o norte, no verão o
sentido  leste o oeste é sempre esquecido
e vejo mais sentido em olhar pra essa sua
cara magra, meio timida, meio anjo, quase
todo o demonios que exorciso, e logo depois me
esqueço, me esqueço de tudo que aconteceu
me esqueço de voce, alias nunca conheci ninguem
com essas caracteristicas e se conhecesse
provavelmente não me alegraria tanto,
quanto foi quando os sentidos se perderam
e depois disso veio a busca interminavel
por um movimento leve, leve porem fatal,
a cada movimento, metade de tudo que já existiu
caia no esquecimento e o esquecimento é a morte
da lembrança a cada hora que me esqueço mato-te,
uma morte sem intenção, uma morte somente porque
vc deixou de ser o sentido, ou quem sabe o sentido perdido
que não procuro e se fosse o sentido achado vc então seria a visão
que agora chora, e choro preenche as madrugadas interminaveis, mas
não dá mais tempo e é hora de enxugar as lagrimas que um novo dia
amanheceu, dessa vez sem sol, acho que esqueceram de ligar o sol
hoje logo o sol está morto, anuncio assim a morte do sol, mesmo que amanhã
ele volte a irradiar torrando assim minha pele e sentido um cheiro de cerebro
que está sendo torrado e niguem percebe porque ninguem usa, quando ninguem 
ninguem sente falta, acho que todos estão sem cerebros depois de ficarem tão expostos
ao sol, ou por ficarem tão expostos simplismente, e o futuro será esquecer que existe sol,
sociedade, amizade, comunhão, medo estou com medo que isso possa ser verdade porem espero
com muita empolgação para assistir a queda do sol e imagino assim um mundo para poucos sem
sol, com muita chuva, uma chuva fria todos os dias as 15:27 horas e duraria 22 minutos e os dias
seriam frios tão frios que não nasceriam algodão, logo não  teriamos roupas e num frio muito louco
andariamos  nu, pelado mesmo isso faria encontrar o verdadeiro sentido e sentiria frio, o sangue
na eminencia de congelar, o cerebro recebendo muito pouco oxigenio ficaria atrofiado e não pensaria
em nada somente faria funcionar os sentidos que são cinco, o pensar não é um sentido logo não precisamos
pensar pra viver precisamos viver pra pensar e quando vivemos queremos mais vida e queremos menos pensar...

sem sol, sem saudades


Hoje o dia parece longo demais e este calor que
consome os corpos, junto com este asfalto quente
que não acaba e focalizando este objetivo funebre
que está tão perto e que nunca acontecerá, já não
espero de amanhã o brilho do sol, nem o cheiro das
flores e muito menos que os rios corram normalmente
transportando vida, transportando alimentos, isso já não
alimenta esse corpo que está se reduzindo a nada e em
nada tudo se transformará quando descobrirem todas as
minhas mentiras, todos os iludidos, que esperavam de mim
alguma coisa que espeavam alguma coisa de qualquer coisa,
os que esperam, tem paciencia demais para não concluir algo
que nunca será normal, será sempre está aberração e berrará
muito só que este muito, não será ouvido nem muito pouco,
nem por poucos aberração berra, enquanto falamos e o que 
berra dentro do que fala, confunde os sentimentos confunde
os sentidos e quem poderá dizer que estava errado sendo que
niguem entendia e mesmo agora com todo esse choro que
cerca, o que berrava dentro do que falava, agora nem berro
nem fala, foi silenciado pela não compreeção e não ser
compreendido, pode até ser entendido como diferente e a diferença
entre o diferente e o que berrava dentro do que falava e muito difente
e todas as ameaças de eliminação já não assustam mais,
todas essas armas, todas as pressões feitas para calar, para
eliminar já não são ameaças, não são pressões, o que
berra corre atras, corre em busca de seus inimigos,
para ser compreendido porem até seus inimigos o esquece
por ele estar tão diferente que niguem o conhece talvez ele
mesmo não se conheça ao ponto de querer ser compreendido,
talvez o berro que nasce dentro de si, lhe tirou a capcidade de
compreenção, talvez buscará ser seu proprio inimigo, e se seus
inimigos deixarem de existir assim como seus amigos, neste mundo 
tão solitário, a solidão não faça bem aos solitários, pode até ser que os
soitários não suportem toda essa multidão com seus desejos meio
intintos, correndo pra cima e para baixo e nesse fluxo ordenado de intintos
não há lugar para os solitários, para os que berram, nem para os solitários
que berram, talvez a unica exigencia seja, que seus inimigos reaparecem,
com mil vezes mais vontade de vingança que todas as outras vezes,
isso somente para não parecer tão idiota um ato diferente feito por um 
diferente e que se tornou um igual apenas, por um status que não é,
este status foi, era, por isso não é, e em torno do mundo que o cercava
talvez fosse pequeno demais, fosse limitado demais, fosse atrasado demais,
quem sabe aquele mundo não girava e por não girar tudo continuava igual
como se fosse um cenário definitivo e essa definição não se enquadrava
aos seus modos de vidas, nunca existiu modo de vida e sim modos de vida
pois a cada milessimo de segundo mudava seus principios seus valores
por isso os principios e os valores nunca tenham existido, onde tudo se mudava
tão rapido e a rapidez fez com que ninguem entendesse, como se fosse um acidente
em alta velocidade onde niguem nunca consegue descrever tudo, onde nunca
niguem consegue descrever, talvez fosse sempre um acidente todos os segundos
eram 100 acidentes que aconteciam, a vida era acidental onde os acidente eram evitados, eram
reprimidos e a repressão o tornou uma aberração que berrava, e os berros nunca
foram ouvidos, não são ouvidos e nunca serão ouvidos
Talvez, nunca serei ouvido, nunca serei compreendido, talvez nunca terei fim...
Acreditas nas suas próprias palavras, nos seus dizeres, fale-me a verdade como pode esta pensando/dizendo/fazendo atos verdadeiros se no principio era tudo mentira, sabemos que nosso mundo é uma fantasia, um mundo surreal, abstrato, concreto. Tente viajar nestas linhas desconexadas, com porções de entorpecentes, o real é ilusório e o ilusório pode ser um concreto/abstrato, o negro é vermelho e o branco, verde. O mundo pisca, as imagens são lançadas no espaço, qualquer representação do indeterminado (Apeíron) não podendo ser nomeado. Veja, o papel sumiu, as luzes o absorveram e agora todos estão cegos, mais ninguém pode ver a escuridão, o céu esta caindo, o mar nos suncubiu, acredite, toda esta surrealidade é visionaria, utópica, mais acredito que você esta alem destas percepções. Gire, gire, mas rápido, deixe o mundo se misturar como tinta guache, depois mergulhe e tente interagir com todos os tons de personalidade. Não crie conceitos pré estabelecidos deste mundo, o caos um dia lhe fará bem, inspire e respire estas cores, se deixe afogar nesta viajem truculenta e amarga, vá alem do algodão doce, não pinte ursinhos, mas cheire vomito, cuspa em seu pai, e atire pedras em seus amigos, uma vez isto me fez bem, a primeira parte e muito linda, me lembro do fim desta beleza lembro-me que eu atirei em minha própria cabeça, mas no meu lento deitar me surpreendi com tantas gargalhadas, mas cai tranquilamente, em câmera lenta respirei fundo e admirei meu sangue escorrendo para o infinito, no acaso pude perceber as belas vozes me acalmando e querendo que eu continuasse o show, mais as mascaras sumiram e a tinta havia acabado, o mar voltou para o seu lugar de descanso e seu tive que voltar a respirar esta podridão, mais o resultado foi intenso, correr parado e ser um não ser.



- Desfrute todos os sabores e elabore novos conceitos, um dia isto ira acabar.
A sala estava escura, o filme era psicodélico, muitas viagem, e eu ainda estava sobe o efeito da maconha, tentei prestar atenção nas cores que eram jogadas na parede daquele quarto escuro, tudo era muito mais forte, o cheiro, os movimentos e ate o sabor, acredite, em certos momentos ate achei que estava delirando, não consegui deixar de pensar em horas atrás, daqueles leves movimentos ao seu falar, com toda a sinceridade, e seu doce jeito de pedir, gostei bastante, mesmo assim disse NÃO, era ridículo aquele pedido, mais quando entrei na sala escura e comecei a assistir ao filme, suas palavras se misturavam com todos os movimentos que eram expostos naquele instante, suave e simples, delirante sensação, como eu poderia ter dito não, daquela forma, foi ridículo da minha parte, mais ela merecia, percebi que estava tentando me dominar com a dança das cores em suas palavras, algo como se fosse uma terceira dimensão, quarta, quinta, sexta... Sei lá, talvez tudo fosse nulo, suas palavras, as cores, e todo as outras viagens que se faziam presentes naquele momento, era muito surreal, o filme transformava tudo alem da imaginação, não consigo pensar nada alem das cores se misturando com as palavra de outra hora. E as palavras dela eram demais, era como se fosse um tiro no alvo certo, estourando todas as almas mortas, certeiro no invisível, como se pudéssemos respirar o fogo e inalar a água de forma profunda e gélida, em pura e perfeita sincronia, caminhado sobre as sete mascaras que sempre usamos no dia-dia. Estas mascaras são necessárias para enganar, talvez você esteja usando alguma agora.

Preciso de uma arma.


Tenho que matar este mostro que esta dentro de mim, esta querendo me dominar, nãoconsigo entender, você fala manso, destrói as cores e impõem esta dança melancólica, sem sentido e depois de tudo joga esta transição na parede, não me venha com filmes que tem o final feliz, saiba que estes filmes são podres, finais felizes dão ânsia de vomito prefiro os que a morte abraça a vida e se misturam, em uma simples dança, com sabor de rotina, uma rotina nova a cada dia, estes filmes são bem melhores, se bem que é necessário se embebedar a cada amanhecer ao seu lado, para sempre ter estas cores misturadas com as suas palavras simples, do que viver de filmes fatidicos.

Vida Seca

Sempre e o mesmo nhê nhê nhê, conversas sem rumo, olhares que procuram o vazio de lugares “completamente desocupados,” diversas cores no horizonte, um verdadeiro carnaval, vários sabores, com cores e estilos de som variados, alguns com tons de verde e batida de jazz, outros com um simples vermelho e ao fundo a calmaria de um samba tupiniquim. Verdades aparte e certo que esta mistura e magnífica, subclasses e seus derivados, todos jogados no chão todos componentes da mesma orgia, um campo aberto no céu da imaginação, com seu compasso descompassado, ritmos em desordem, criando um belo tocar de apenas um flauta, criações únicas, ventos de apenas uma direção, sempre com suas falas, sem sentido e suas musicas que falam de amores utópicos, dentro um organismo tão complexo. É fato que com isto podemos encontrar falhas no sistema, que juntas causam toda esta asquerosidade, quem um dia iria imaginar que estas falas de amor, seriam significantes, o amor chega ate a matar os vermes, talvez seja a causa de todas as falhas, pois não é possível viver sem os vermes, talvez se você cuspisse para cima, seria uma forma de se salvar, Corra, corra, salve seus vermes, crie novas musicas de amor, novos ritmos, ande em compasso com suas linhas, - seu idiota. – não diga que não lhe avisei, ele sempre volta, o vento não tem força para transportá-los para muito longe, agora cante seu enredo de amor, grite, um dia ela poderá escutar com o som da sua eternidade, seu merda. Você não é o centro de uma lata de lixo, e apenas mais um que foi jogado fora, aqui todos um dia foram útil, para com todo este teatro, mais as mascaras caíram, e aqui dentro não podemos representar, esta subclasse não significa mais nada, quando acordar lembre-se de juntar dinheiro para pagar todas as contas, e depois guardar dinheiro para ir ao Happy Hour, acredite ainda existe as 8 horas e lazer.

vio-lento


Por acaso tudo continuava normal,
o sol que nos aquecia, agora nos queimava,
queimava muito a pele, os cabelos, o cerebro,
e sentiamos o cheiro desses cerebros sendo
incinerado pelo glorioso sol, o cranio já não suportava
toda aquela ebulição da massa cinzenta que cheira a fezes
da fralda esquecida de trocar, daquela criança esquecida
no meio da cidade onde passanvam os onibus podres, e
podres eram as pessoas que ali estavam toda aquela podridão
contida nas palavras e que falavam muito, muito mesmo porem não
diziam nada e aquela aflição por se alcançar a noite, porque a noite e grande
e é massacrante pois é o horario disponivel para essa grande massa de trabalhadores
que se orgulham de serem chamados de trabalhador brasileiro e vira letra de musica
"trabalha igual burro enão ganha dinheiro" e compramos isso porque somos isso,
o dinheiro não vem com o trabalho, vem com o pensamento, porem o dinheiro
corrompe o pensamento e trabalhamos e não ganhamos, trabalhamos
para sermos explorados e ficamos mau quando não somos explorados e
somos enquadrados dentro de um paradigma que é o dos vagabundos
e com esse orgulho de sermos brasileiros trabalhadores ignoramos
os escritores e tambem os que não escrevem e quem vai dizer,
se não matarei esse horrivel escritor que envade meu horario de trabalho....

Todas as árvores hoje estão muito silenciadas
Dos vestígios que ficaram só resta o norte
Onde nos lugares inacessíveis o vento sopra forte
Por algum ser que guardou essa terra
A mitologia sobrevive
Os ameríndios sustentaram isso a vida inteira
Até a chegada daqueles que traziam a cruz
Mas era o apetite pelas pedras flamejantes

Tirantes
Antes que os chamem de índios
Eles o chamam de deserdados

Após a domesticação de paisagens
Constituir base de vida
Os seres de pele vermelha
Foram reprimidos na exploração
Por tudo aquilo que os deserdados queriam ter
E nunca tiveram

Um sossego ainda ecoa na impenetrável Amazônia
O norte aponta lanças em todas as direções
A resistência hoje é isolada
Uma flechada contra a inveja

Selvagens frentes, enfrentamento!


Os artefatos mostram fortes antepassados
Que derramaram o sangue para irrigar a vegetação
Deram a vida pelo sossego
Rumo à passagem que leva ao sol
Para iluminar nossas vidas.

Um Simples Fato

Esta tudo muito desorganizado, nunca me imaginei que estaria assim, rodeado de pessoas tão ignóbeis, pessoas falsas com gargalhadas forçadas, troca de olhares ilusórios e com um requinte de miséria. Sim e verdade, por varias vezes me detive naquela cadeira, para não me levantar, pois sentia enorme vontade de ir ao banheiro vomitar, regurgitar toda aquela merda que eu absorvia perante a mesa, estava sentindo tanto nojo daquelas pessoas, não suportava aquele cheiro, parecia que havia algo podre entre-nos, talvez fosse o interior delas, talvez não, quem sabe fosse o simples fato da existência delas. – ares de intelectualidade podre. - O garçom se mostrava a venda, com seu sorriso exposto na vitrine ao lado do balcão de atendimento, mesmo assim ele nos servia daquele liquido libidinoso, invenção dos deuses gregos ou dos lideres dos subúrbios, não sei, mais com certeza ele trazia a alegria daqueles vermes, sim ainda cheguei a tomar alguns goles, tive a oportunidade de saborear, confesso que senti muito prazer, porque com aquele liquido pude controlar minha ânsia de vomito, ele funcionava em mim como um remédio, diante de tanta asquerosidade das amebas.

Inebriado pela inocência

Era noite e todos dormiam. A filha mais nova de um burguês sonhava, e ao acordar percebeu toda a sangria que na sua pequena vagina se hospedava. Eram noites de horrores e naquele dia a filha do burguês menstruava como um anjo celestial ela voava, para a rua em desespero e agonia. A menina já estava bem desenvolvida para sua idade, a qual chamou a atenção de um taverneiro inebriado que estava vagabundando por ali. Pálida... num vestido branco manchado de sangue, com seios a palpitar. O bêbado vendo a reação deprimida da menina, arrastou-a para detrás de uma taverna sórdida na intuição de a violar. Ele arranca o vestido e despi-a completamente. Via-se apenas um ponto escorrido de sangue naquele nobre corpinho branco o suficiente para o lunático se embebedar. Ela deita amedronta de pernas bem abertas sem contestação e o ébrio cai com sua lingüeta seca na buceta, quanto mais o corpo ela retorcia mais o maníaco se excitava. Nas menores caricias o cuzinho se agitava e o bêbado já impaciente o caralho apresentava no orifício daquele minúsculo pontinho. Forçosamente ele empurrava com a mão na cinturinha da nobre menina e a outra na boca para evitar gritos e reação que viesse a comprometer o ato. Já se tinha passado mais de meia hora e o bêbado suava enrabando a nobre burguesinha, a menina já não respirava e o sangue da vagina escorria. Eram noites de horrores e naquele momento o bêbado vadio gozava em cima da pequena defunta ensangüentada. Após o ato o bêbado deixa o corpo abandonado como o fim de sua vigília maldita.

Tristan Tzara

Durante o dia tudo funciona normalmente
o sol aquece
O vento refresca
As arvores criam as sombras
E o tempo não fica estático
Ele não corre, nem se rasteja
E não se transforma em bobo da corte.

As viagens são marcadas pela burocracia do sistema
Atravessando o rio da tristeza
Acompanhado de muitas asquerosidade
Algumas moças chegam a nos oferecer doses de repugnância
Com pratos abarrotados de futilidades

É preferivel, sempre o caminho de volta
há mais cultutra
Custuma-se lê seis livros por noites

As noites para mim são os melhores momentos desta passagem
Pois é nestes tempos que é possivel misturar as idéias
Tanto as libertinas quanto as libertas
As ideias libertadoras são as que mais me fascinam
Apesar de serem as mais fajutas

Sempre foi mais fácil amar as coisa ignóbias da vida
Elas são terrivelmentes fatídicas
Chega a me causar ânsia de vomito, regurgitar minhas vísceras

Sempre fui apaixonado pos viagens
Mais durante o dia e assustadoramente impossivel viajar

Quando se chega ao mar a vista fica embasada
À vista sempre é mais caro
Vista-se de requinte para ser melhor à vistada
A vida passa e você nem é percebida

Nos casos comum tudo ocorre caoticamente ocupado
Como o espaço reservado pelo seu ante braço
Ossos em conjunto
Fomam a maquina
Sozinha capaz de se auto-manter
auto/alto=ASCO
Foligem a espreita
Nas sombras das arvores
Frutas pecadoras, paraísos destruidos
Ainda amo o TEMPO.
Não. Não escreves. Não sabes o que é isso. O que fazes é torto, impossível, assimétrico. Tuas letras são amorfas, incompreesíveis. És um anjo guacho, o que fazes em vida? Nadas sabes, nadas possui, és um pseudo-ser! Sinta a raiva apoderar-se de ti, oh pobre criatura, o mente que nada absorve!
O barco está furado.
Veja, já me afoguei...

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Desejaria ver estes vermes se alimentando do meu organismo podre
Gostaria de ao menos, durante um minuto
Admirar aquele tapuru se divertindo dentro de meu crânio
Dentro de meu intestino delgado,
Fico aqui a imaginar
Aquele inútil urubu,
Reles necrófago da natureza
Devorador de restos mortais,
Bicando com enorme prazer meu figado,
Já em decomposição
Ah sim
Acredito que assim ficarei
Postumamente feliz

Vísceras perdidas.
Sem nada a dizer,
Digo sem nada o
Que fazer decidi
Fazer nada e assim
Preencher o tempo
Que me consome
E que é consumido
Sem nenhuma reação
E assim somos nos
Que de tanto nada
Fazer somos consumidos
Por nos mesmos
E começamos a vomitar
Todo esse lixo que é
Nosso e que é nós
E que por mais que nos
Consumimos mais esse
Lixo aumenta e quanto mais
Lixo temos, menos entendemos
E o mal do seculo é isso: temos,
Não fazemos, queremos não fazer
Não temos nada a dizer só a seguir
A repetir, e a sacudir a cabeça essa fabrica
Infalivel; inesgotavel; inmunda; in -teligente
Como se fossem cachorrinhos carentes querendo
Um prato da sua ração ou querendo alcançar
O saco de lixo que está na lixeira.
E é isso o que queremos nos alimentar
Sem nada querer fazer a não ser comer,
Sem nada querer entender e todo esse lixo
Que todos ( eu) produzem está me fazendo muito
Mal, estou ficando mal estou querendo
Não estar, depois de tantas buscas já não acredito
Que esse lixo um dia vai não estar no mesmo
Lugar/momento que essa pessoa que sou eu.
De todas as maneiras que usam para produzir lixo
Um sempre se sobre sai um aparelho que todos
Compramos e que é ligado ao mundo por uma antena
Capaz de coletar todos os requisitos necessarios para a produção
Esse aparerlho é mundialmente conhecido por tv
Ele é capaz de fazer jorrar milhões de toneladas/segundos de lixo
Na nossa frente para que possamos continuar
A produção individual e depois de tanto
Falar de lixo estou me sentindo tal mal
Que já não posso continuar,
E continuando o meu nada a dizer, digo:
Queria ter alguma coisa pra dizer e sem nada
Dizer estou saindo sem nenhum minuto; sem hora; senhora
Me ajude a encontrar a hora que me perdi a uns
Cinco anos atras e possa sair desse
Lixo e se não puder me ajude a não o ve-lo
Para que eu possa me sentar em frente
A tv e assistir tudo como se nada fosse lixo
E como todos, ter algo a dizer (mesmo que seja lixo)
E sem nada a dizer, digo,
Sem nada fazer, faço nada
Vou embora para lugar nenhum.
Enquanto os passaros continuam a voar nessa chuva que me alegra, me molha, me mata e a chuva passa e eu continuo diferente dos passaros que somem sem deixar vestigios como se fosse extraterrestres e passaram por aqui pra visitar e me transportar pra este fundo, sem mundo, sem cheiro, sem cor, sem amor, sem dor, sem esperança e mesmo sem esperança espero, espero o onibus que não demora e que nunca virá e se um dia vier não estarei lá, estarei em outra parada esperando o proximo onibus que transporta toda essa dor e que me carrega, pro mais oculto, eu, a dor, o amor, o odio, a compaixão, os sentimentos, estamos lá ou melhor aqui, só que a cada hora, a cada onibus que nos leva, ficamos mais ocultos, um dia pegarei este super trem que me trará de volta, não sei quanto tempo vou resistir, ainda não contruiram a estação e a cada onibus estou mais longe.....
Eu quero ser um velho fragilizado, como aqueles bem vulneráveis a doenças da idade.
Quero acreditar e confiar que a vida já passou e, já se passaram 70 anos
E estou aqui, sem autonomia com uma insuficiência cardíaca.
Após uma juventude de perdições e uma meia idade de preocupações,
Estarei numa dependência de familiares sofrendo de depressão.
Meus olhos estarão sempre contemplando um chão,
Numa visão turva com os olhos sensíveis a luz.
Um lacrimejar de cataratas numa face pesada.
Quero chegar em um momento que não resta esperar mais nada.
Continua a ESPERA.
Na multidão vários olhos a sua espreita
Confusões
Se possível a todas as direções
Alguns santos o guiam
Não que seja necessário
Nicolau há proteger a ESPERA,
Mais Não é possível um asco de molhador de merda,
Sem interior, sem massa cinzenta,
Apenas tripas, apenas confusões,
Há de ser espalhar toda esta porcaria pelo chão,
Isto é útil
Assim alguém há de olhar toda esta bosta pelo chão,
Nem que seja para se desviar,
Para não se contaminar com este lixo mais espera ou ESPERE,
Acredite isto não foi por você ou QUASE.
Fugas Devaneios
Fugas Alucinações
Pequenos e Sombrios
A procura de uma luz
Luz ou ponto
Caos com ponto final
Organizado uma luz perdida
Um espectro por acaso
Fictício ponto embriagado
Ponto bêbado molhado
Um ponto claro que faça diferença
Cheiro de merda
Não há motivos
Mais o homem bomba explodiu
Dinamites em sua cintura
“Ataque Cardíaco”
Parou explodiu o ponto claro na escuridão e partiu.
Foi Naquele dia,
Acordei atrasado
Sem qualquer preocupação com minha higiene matinal
Fui direto ao coletivo
Com aquele cheiro horrível não fui notado
Pois a podridão já tomava conta do ambiente
Alguns deles olhavam admirados para mim
Não que eu fosse um diferencial
Mais nunca havia me atrasado tanto
Minha respiração estava ofegante
Só quando sentei pude recuperar minhas energias
O meu corpo ainda transpirava muito
E aquele uniforme estava ensopado de suor
O cobrador me olhava meio que assustado ou talvez abismado, não sei bem
Talvez fosse somente ele percebera o que eu havias feito antes dentro naquele coletivo
E ela
Sim ela estava ali dentro
Demorei muito vê-la
Só percebi pelo seu cheiro
Que era o diferencial, um belo perfume
Que se misturava com meu cheiro de esgoto
Mais um cheiro comum por isto nunca ela iria notar
Minha podridão
Meu cheiro de ratos mortos
Tripas pelo chão
Vômitos de bêbado
Comida estragada
Nada disto conseguia se impor diante daquele perfume
Outros dias eu havia sentido cheiros mais maravilhosos
Mais sempre eu os domineis
Mais aquele era viajante
Uma droga que me fazia viajar por lugares, antes nunca visitado por mim
Era uma maravilha
Mais onde eu estava não poderia ser dominado assim tão fácil
Era preferível sentir minas vísceras apodrecendo sozinhas do que aquele perfume
Então ela se levanta e desce do coletivo, próximo ao jardim do Éden
Pronto.
Minha parada e a próxima
Eu e todo mundo que ainda se encontrava no coletivo
Ate ali eu já conseguia sentir o cheiro de enxofre...

Vísceras

Deixe a palavra mostra seu poder.
Estou sem forças
Minhas Vísceras estão expostas.
Eu preciso apenas de palavras para reerguer
Eu preciso de confrontos,
Preciso de Batalhas,
Preciso Lutar
De fugas...
De Sangue,
Tentar me levantar sem ajuda sem este olhar miserável.
É necessário discursos para fazer o horror
Silenciar o mundo com palavras
Num genocídio claro
Necessário, assim como se fosse normal,
Assim como é NORMAL, COTIDIANO,
Um simples genocídio,
Aniquilar como aqueles que enganam, matam
... Não que eu esteja com a verdade
Pois a mentira também é essencial
Devemos estuprar todas as verdades e as mentiras
Elas são irmãs e andam juntas!
Elas irão buscar suas tripas, pois elas se alimentam disto.
arranque rasgue seu coração
E mostre seu sangue, pois você esta impregnado de mentiras
Camufladas de verdades
Verdades com interior podre.
Penetradas pela irracionalidade
As verdades e mentiras agora lamentam
Por serem apenas definições de mundo
Conseqüentemente um orgasmo de realidade
Talvez fosse comum buscar a morte
Encontra uma realidade fora desta macabra e "utópica ilusão"
Antes fosse, Organismo de realidade.
'“vísceras” perdidas.
A poesia é feita pela carne, coisa de libertino, de obsceno – coisa não-coisa contra a carne; pelo ódio contra o ódio; pela indignação; contra a política, contra a história, contra as sociologias, contra o povo, contra as raças, contra a geografia; imposta e indisposta pelo não e pela negatividade, por tudo aquilo que enfrenta o horror, – jamais essa coisinha bem comportada, bem pensante, bem sensível, bem ordeira, coisinha bem papai-mamãe sob lençóis regionais ou nacionais, – bem-dita, rimadinha na medida, bem explicativa, substituta da masturbação, da adolescência interminável, das velhices sem pudor, do narcisismo, do voeirismo, das pedofilias, das necrofilias de chopingcenteres e redes globo, – das tantas vaidades, das cartas, das crônicas, dos artigos, dos jornais e revistas, dos chistes e das piadas, – e que tão bem se dá com todos os “podres poderes” do estado, com todas as oligarquias, palácios, secretarias, repartições, com todas as políticas e políticos, – com todas as tradições populares de submissão e impotência em superar-se: aquele povo que pode apenas fazer palhaçadas pro riso das platéias quando não é mantido bem longe por feder; – e todas as tradições letradas e cultas, eruditas e universitárias da alienação e das ideologias.


Por Alberto Lins caldas
Em um mundo novo.
Não há nada que se possa descobrir.
Tudo Esta a vista.
Nada pode ser inventado.
Pois já foi criado.
Agora ira sobra apenas fracasso.
De ter falhado.
E nada criado.
Apenas uma fatia.
Da gloria de um simples molhador de MERDA.
Que nasceu no acaso, ASCO.
Por Marduk! Ela era fúnebre, com uma face indiana
Eu a conheci a mais de mil noites atrás
Cabelos negros e longos, e trajes de donzela
Eu podia imaginar a nudez que levava
Como o fogo que queima em uma vela.
Ela perdera sua magia diante de mim
Como uma alma do caos enfadada
E esperança pronta a ser exumada
Crescia cada vez mais ao anoitecer
Ela estava mais intensa e forte
Dominava meus pensamentos
Eu já não respirava o mesmo ar
Era frio... Vagaroso o pensar
Uma tortura frigida no cérebro
Como um gelo num crânio humano
Ela usava a angustia ingenuamente para matar
Eu estava no estado mórbido
Como Nietzsche ao abraçar o cavalo
Como Sade e as fezes
Como Calígula na morte de Drusilla...
Ela era fúnebre com olhos semi-abertos
Uma virgem sem saber que era insana
Não é Kali é a grande deusa Diana.
Eu, abominado pelo meio
Enterrado em um fim
Sem sentido para alguém
Uma Filosofatia para mim
Determinado o começo
O desejo de partir
Sem nenhuma resistência
Eu defunto deveria ir.
Terminada a tarde fúnebre
Eu defunto fico aqui
Não é o espaço que decidi
O que deve surgir
Detestado nesse ambiente
Prefiro parar e rir
Todos me atravessam
E eu continuo ali,
Como necrófago que devora
Um despedaçar para ninguém sentir,
Eu quero silêncio absoluto
Permanecendo inerte aí.
É um peso

Não movimento

Nesse momento

Só sossego

Em Asco

Qualquer passo

É um apego

Uma ilusão

Sem expressão

Tenho medo

Sem certeza

Menos esperteza

Hoje cedo
E tudo começou daquele fim que parecia infinito chegamos ao começo daquilo que estava no fim porem não acabava e lutávamos pensávamos fazíamos estratégias
Para fugir disso que era tão abrangente como sol que nos aquece e nos mata e nos adoecem e foi isso que aconteceu com toda a serie dos w 316 via tudo àquilo sem poder ter noção que tudo era uma criação tão indestrutível que nem pode ser criada.......
Escrito por Paulo Moraes
Rápidos em uma noite qualquer.
A porta está fechada.
Uma meia idéia de tudo ou quase nada.
A condição infinita dos números esta sempre na frente do tempo
Faz coisas que não é para ninguém entender, apenas ver.
É sempre o algarismo liquido poluidor da mesma água
Que para os bestializados não significa nada.
Descobri que, acordei.
Descobri que, nem sempre acordamos de olhos aberto
Descobri que, sempre enxergo embasado ao amanhecer
Descobri que, à primeira vista, tudo é surreal
Descobri que, a vida é uma droga
Descobri que, devemos experimentar todo tipo de droga
Descobri que, as piores eu já experimentei
Descobri que, quando não uso droga parece que estou sempre drogado
Descobri que, quando estou drogado me sinto como se não tivesse
Descobri que, todo mundo fala uma coisa e faz outra
Descobri que, isto é normal
Descobri que, também faço isto
Descobri que, eu era normal
Descobri que, enlouqueci ao nascer
Descobri que, enlouqueci ao ficar normal
Descobri que, ficando normal pude ver que nunca fui normal
Descobri que, assim vi que eu era louco
Descobri que, todo mundo tem um pouco de louco neste tipo de ser normal
Descobri que, meus amigos são os mais loucos que pude encontrar
Descobri que, sou o único normal entre eles
Descobri que, eles são uma droga
Descobri que, estão tentando me enlouquecer
Descobri que, uso droga
Descobri que, gosto
Descobri que, não gosto de viver
Descobri que, sempre quis me matar, pra parar de usar droga
Descobri que, a vida acaba após a morte
Descobri que, começa outra vez
Descobri que, tenho medo de morrer
Descobri que, odeio estar gripado
Descobri que, não quero morrer assim
Descobri que, vou me matar
Descobri que, não vou me matar estando gripado
Descobri que, do meu nariz escorre vômito
Descobri que, acho isto estranho
Descobri que, estou drogado
Descobri que, vivo
Descobri que, enquanto estiver vivo vou estar drogado
Descobri que, que não faz sentido o que estou escrevendo
Descobri que, muitas coisas da vida não fazem sentido
Descobri que, as drogas são assim
Descobri o remédio
Descobri que, descobri?
Descobri que, descobri!
Descobri que, descobri.

DESCOBRI QUE ....
Vá a merda!
Tudo terminou tão inesperadamente
Talvez não...
Talvez tudo tenha um inicio em tempos remotos
Em algum lugar
Em um simples ponto
Um ponto insignificante
Um lugar e um ponto
Uma frase solta em meio a uma simples conversa
E daí pra frente
Surgirá o sentimento
Acenderá a vela do amor
Sim, a vela...
Pois assim tudo fica mais belo
Mais este ponto pode ter sido o fim
E também a destruição
Um ponto sem continuação
Que necessitasse continuar
Algo que não ocorreu e em seguida morreu
Talvez a frase lhe salvasse
Mais a boca foi incapaz de prosseguir
Maldita Boca!
Agora o coração sofre
A mente enlouquece
E o Corpo Treme
Boca miserável
Era só uma frase com ponto continuo
A boca e seus serviços inacabados
Agora não há mais tempo
Tudo terminou
Que este coração sofra a te parar de bater
Que a mente exploda com sua loucura
E que este corpo queime ate parar de tremer
Mais que você boca
Um dia tome coragem e faça aquilo que você veio fazer...

Marta Valeria

Puta que pariu
Ela não pára de falar
A hora não passa
E eu conjugo o verbo TÉDIO
O sol não se pôs
Mas o ocaso já passou
O relógio parou
E ate o tempo sumiu (?)...
As vozes estridentes
Penetram meu labirinto
E ficam por lá tinindo
Sem saber qual a saída
Minha cabeça dói
E a voz não cala nunca...
Devaneios, fugas e confusões
Por entre buracos negros
Todos fogem, todos fogem
Não fica ninguém
E todos estão aqui
Presentemente ausente
Sem corpo, voz ou alma
O sol não brilha aqui dentro
E as nuvens
Pintadas com caneta azul
Estão se dissipasando
Aquém vêm e vão, letras
Acolá vão e voltam palavras
Não importa
O que paira no meio
Porque todos estão mortos...
Mas eu, cuja alma se reflete
As forças todas do universo
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações.
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legitima e triste do conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Eu não mereço essa tormenta maldita
Mãe dos meus desejos quero ir contigo
Para o reino obscuro onde Marduk dormiu
Eu tentei ser um credor frio, humano
Agora vem a Jerusalém descortinada
Não em Babilônia, mas em holocausto
Que nosso Hamurabi não julgaria
Deusa suprema dos meus sonhos
Eu venero teu nome contra a fúria
Dos ventos na linguagem dos mortos
Eu já vivi este mundo bastante
Para saber que almas são escravas do poder
Tu es cicuta no vinho da santa ceia
Conceda-me o teu obscuro prazer
E deixe queimar uma pirafuneraria
Esse aroma escurecido que me faz sentir
Febril cada vez mais perto de ti.

Sou Deus

Eu esfrego os olhos
Sei que o espelho não mente
Que idade será que tenho?
Eu contava 19 anos
Mas parece que faz muito tempo
Meus olhos caídos e perdidos
O que houve com meus lábios?
Estão murchos...
Quantos anos tinha Jesus?
Quando decidiu que era Jesus?
Com que idade será
Que Dalai Lama vai morrer?
Lavo o rosto
A água enferrujada
Da Amazônia industrializada
Limpa meu rosto verossímil
Estou mais velho
A aparência jovem
Esconde o homem – das - cavernas
Sou sem rosto para se ver
A parte mais pura
De um silencio com palavras
Descobri uma parte sã
Nos 10 milhões de anos
Que viverei em breve
Quanto tempo será que tenho
Até torna um mortal?
Olhando os fundos. Abandonando o tempo em um presente que se perde o passado. Vivendo entre sombras. Porque nem tudo que reluz no momento é ouro no futuro. E sem aquilo que sempre desejamos é só agonia. O desejo é profundo, como uma mitologia caída, escavada em um silencio tedioso, inanimado. O asco é transformado em tranqüilidade, uma imagem em imaginação, o interior da alma em pecado carnal e um romântico em canibal. Um mergulho no crepúsculo e acima as estrelas em constante profanação, retarda o destino enquanto no alto da atmosfera um anjo sopra forte para afastar o brilho e sustentar o escuro e o sossego no fundo de um caos ignorado, agora preenchido.

O retrato de Cecília

Já nem sei mais como foi
Só vejo o olhar anônimo
Sem olhos
Apenas o castanho
Da tempestade que virá
Já nem sei onde ficou
O aspecto sapiente
Do velho monge
Em que cristal
Ficou imortalizado
O que serei agora
O que fui amanhã
O que sou outrora.

O suicídio é a unica maneira de enganar o destino que leva a decadência. Viver uma digna vida é aceitar a própria destruição. E foi assim que me tornei um asco em meus pensamentos, sensato em atitudes. Fui um cordeiro em obediência e assim serei o sacrifício. Ainda vivo. É um tédio demente que transformei em tranquilidade.

Minha Morte

Um sistema complexo
Vida e morte envolventes
Uma dança excitante
Uma trama misteriosa
Com olhos curiosos cercando-nos
Com sentimentos tortos
Memórias sem tempo marcado

- Me leve agora
Dê-me sentido
Pois...
Sua vida sempre se envolve com minha morte
Seus mistérios sempre me deixarão excitado

Você se mostra para mim que é,
Tão leve quanto o ar
Tão passada quanto uma montanha
Mais isto me fascina
Isto me intriga
Em uma dança macabra em busca da minha morte.
Assim encontrando sua vida.

Memórias de dias de lutas.

... E ao amanhecer ele pegou todo o material que lhe era necessário, talvez ele não fosse utilizar aquela adaga, mas tinha que levá-la por precaução, toda aquela sensação, todo aquele sentimento, já havia corrido por suas veias épocas passadas, como em cenas de filme ele relembrara, com todos os detalhes desde o início, quando ele havia pego a mesma adaga, e viu seu nome gravado na lâmina, ele nunca se esquecera que foram apenas duas perfurações, as duas no estômago ele havia sentido muita dor, mas sobreviveu.

Mas esta situação era diferente, uma batalha nova, com outra pessoa, o cheiro de morte estava no ar, alguém teria que morrer hoje, seu interior estava podre e ele percebera seu cheiro nojento, mas aquela situação tinha que termina ali. Ela até o momento não tinha notado nada diferente nele, (talvez não tivesse nada de anormal mesmo), ela estava ali sentada, aguardando sua vez sem muitas preocupações, e o tempo não passara, o relógio parecia que estava parado, ou girando ao contrário. Ele tinha raiva do tempo, pois no momento em que ele mais queria o tempo corria depressa, mas ali ele estava parado, pelo menos para ele, as pessoas riam, havia outra estava angustiada e algumas até cochilavam, mais ele estava perturbado, sua podridão estava à mostra e ninguém percebia, talvez fosse a hora de usar sua adaga. Ele a retirou de dentro dele e aplicou dois golpes, nele mesmo, mais não no coração talvez tivesse medo, talvez não quisesse matá-la, quando de repente...



(...)


Breve História

Ela tinha uma história, confusa, se apaixonara pelo Tempo, de repente ela percebeu, que estava casada com ele, o Tempo, era muito ciumento, ele cuidara de que tudo fosse eterno, mais seus momentos de felicidade estavam se acabando, pois sua ex a Morte estava voltando para lhe tira sua nova companheira, ele ainda se encontrará franco deste o último encontro com a Morte, todo mundo sabia que a Morte e o Tempo eram uma casal complicado, Ela não poderia se meter assim entre estes dois, teria que pagar um preço justo, qual seria este preço, só a Morte responderia, a separação era inevitável, a eternidade se acabara naquele momento, muitos a queriam, mas e o Tempo? O Destino então cuidou de tudo, e a guardou. Até hoje não se sabe como terminou aquela briga entre a Morte e o Tempo.


(...)

Infinito


Então ele Caiu, em pura solidão, mas ainda pudera ver aquele olhar dela, talvez fosse isto que ele estivesse esperando, mas era tarde. Então ela o levantou e olho de certa maneira sem dizer nada com suas palavras mais com certo olhar, lhe deu uma coisa, um presente, um veneno, talvez ela não quisesse que ele morresse agora, talvez ela tenha aprendido muitas coisa com o Tempo, mas este veneno, qual seria sua utilidade naquele momento, a morte era seu destino, e quando o tempo voltou a passar e o relógio a andar ele aplicou calmamente mais um golpe, desta vez em seu coração, o golpe final, e ela simplesmente se virou. E com um belo olhar deu um sorriso como se conhecesse há muito tempo e foi embora, dizendo com sua linda voz.

- Com o Tempo vem a Morte.

Mas desta vez a Morte não veio, a solidão foi seu remédio, ela enganara a Morte, e lhe dera a solidão uma pessoa podre e agora com a solidão. Ela lhe fizera eterno, mas para que ele a esperasse, pois ainda há tempo...




(Fim do Tempo)

Noite na caverna

Pálpebra demente,
Lagrima fervente
E uma linda face pálida à lua
Essa é a Dama misteriosa que vejo na rua...

Quando caminha parece flutuar
Vestida em um sudário obscuro,
A face reflete mesmo no escuro
E o perfume se espalha pelo ar

Ela entra na necrópole sagrada
Com seu rosto triste caminha na madrugada,
Seguindo o sepulcro da ilusão
Chegando a um túmulo de podridão

Um lugar onde se encerra o espírito
Templo de descanso e perturbação,
Choro, gemidos e um lúgubre grito.
Minha alma se perde na escuridão

Perdido, entro na caverna maldita.
Lugar quente e uma treva infinita,
Entre muitos vejo a donzela misteriosa
Com sua agonia e a face lacrimosa

Com seu olhar fúnebre ela suspirou
Ainda trêmula a donzela se afastou
E olhou com um olhar flamejante que arde
E iluminou como o sol da tarde...

Vou eu insano atrás da donzela
Nessa impertinente obsessão
Bem perto, consigo ver a sua face bela
Antes de se perder no sono da ilusão

Criaturas estranhas surgem em meu redor
Tenebrosos e macabros, penso no pior
A brisa e o sol da tarde da donzela morrem
Almas tentando fugir do abismo correm

Tudo fica tão assustador
Tornando-se mais perfumado
Eu entre as carcaças e o horror
O cheiro da podridão é o odor apaixonado

Agora meu coração bate errante,
Eu fico sombrio e fascinado
Sigo a donzela no instante
Na caverna começo a ficar sufocado

Pragas corroem as almas da cruz
Pecadores ainda acreditam em uma luz...
O profano vem em grito de insepultos
— Cadáveres sofredores estão ocultos!

Trovoadas apocalípticas traz a calma
O suspiro de Satanás devora a alma
Gemido de pecadores se torna loucura
Sangrando, Sofrendo e por ultimo devorado pela criatura.

O profano descobre o meu ser mortal.
— Pobre vivo perdido, Quem és?!
Eu amedrontado — Sou um macabro, poético canibal
Ironicamente — então conquiste e devore uma mulher!

Uma harmonia se espalha pelo ar,
Vi a donzela adormecer. Vi-a chorar
Satã aborrecido —Vai maldito! Pratique sua antropofagia!
— Sou poeta quando amo, não desperdiço poesia...

Agora tudo se torna horror e agonia
E Satã cuspiu todo seu ódio e ironia...
Eu respirei como um desgraçado
— Vai cristalizar no fogo pecador, esqueça seu passado!...

Aclamei como Pedro Ivo —– Fugi do solo maldito,
Fugi, estou no infinito!...
Grito de insatisfação se ecoou
E a donzela acordou

Enquanto demônios me olhavam, eu tremia.
Acrescentei — Srs. Estou aqui por amor e sentimento.
Segui-a, flutuei ate aqui como vento
Por aquela linda face que dormia

Descobri que aquele profano não era Satã
Mas um grande demônio que esconde o amanhã!
Com toda sua crueldade e egocentrismo,
Berrou: — Hipócritas no abismo!

Logo se formou um tufão
O profano incendeia e faz um furacão
Pecadores queimam-se na chama
Cadáveres apodrecem na ardente lama

Imediatamente as criaturas bradam para mim
— Vadio! Hipócrita! Bastardo! Esse é teu fim!
E vieram em minha direção
Loucos e desvairados queriam o meu coração

Senti uma vontade abominável
Pensamento sórdido, intuição de viver,
Macabro e insuportável,
Desejo de que aqueles demônios eu tinha que comer

E o primeiro aproximou-se furiosamente
Esperei o veneno demente
Com suas garras esgarçou em meus braços
Meu sangue escorreu, mas ainda bem escasso.

Gargalhei em uma ironia descomunal
Fingi para disfarçar a dor louca
Em uma violenta pressa mordi brutal
Arranquei metade de seu pescoço com a boca

Degustei aquele sangue azul,
Comi aquele único pedaço cru
E vi a matéria maligna ceifar
E vi minha vida encerrar

Estava eu com o sangue daquele possuído
Estava eu com ódio e da vida desiludido
Um esquadrão satânico me avistou
Olharam-me e violentamente atacou

Senti as garras desforrarem
Lutei como um audaz canibal
Vi minhas mordidas esconjurarem
Afrontei-os como um animal

Ora eu mordia-lhes violentamente,
Ora eu arrancava cabeças cruelmente
Sofri com as garras amoladas,
Sofri com as chamas borrifadas

A batalha formou uma terrível fulguração
Esgotado eu via o final
Tudo se envolvia em rajadas de fogo e trovão
E lutei como um imortal

Mas na covardia corri para um pântano obscuro
Dando de olhos com a donzela no escuro
Os demônios me procuravam
Cuspiam fogo e gritavam

Agarrei-a e juntos entramos em uma treva
Beijei-a. Seu cheiro era de erva.
Estávamos seguros, mas continuei agarrado
E ela deu um suspiro gótico apaixonado

A paixão se envolvia no meu sangue derramado
Da insana antropofagia vinha o amor sedado
Não disse nada, deixei meu olhar psicofago falar,
Com o negrume e triste emitir sentimento de amar

Foram beijos ardentes,
Suspiros e sussurros apaixonado
No inferno o amor é quente,
Adormeci esgotado...

Tempos depois ouvi um clamor
Não era do inferno e nem do suposto Satã
Lembrava o profano Abigor
Acordei, já era manhã.

Dizia; — Acorda necrofilo vadio!
Dormiu no cemitério, vagabundo!
Jogado ao frio
Tu fizeste sexo com a defunta imundo?!

Levantei-me assustado
Olhei-me, estava machucado.
Era um coveiro aborrecido.
Ele não ia acreditar no que tinha acontecido

Espantei-me quando vi a donzela,
Ainda pude ver a linda face que faz ela
Estava ao meu lado inanimada
Como se fosse minha eterna amada

Eu disse: — não sei explicar meu senhor,
Apenas entrei num marasmo de amor e horror...
E fiquei quieto admirando sem temores
Ainda desejando amores

O arrogante coveiro me mandou ir embora
Pesadelo, sonho ou realidade e agora?
Ainda continuo indeciso...
Vou cair no sono é isso que preciso.

Onde estou.

Uma sala. (aqui esta, estranho) neste local tem varias pessoas. Cada um em uma mesa sendo que, se encontra um casal a sós em uma mesa conversando eu não acredito que ali role algum clima amoroso, acredito que já tenha visto o rapaz que está acompanhando a moça, em alguma esquina desta vida, não sei onde mais não me es estranho, mais a moça duvido muito que a reconheça pois ate o memento não vi seu rosto, porque ela se encontra de costa para mim.

Ao meu lado têm uma menina branca de cabelos loiros, tem traços indígenas ou asiáticos, não sei bem, acho que ela esta com frio, ela esta com duas blusas, aqui esta frio mesmo, putiz e como esta frio, lá fora chove, pela janela vejo o tempo fechado, a cidade fica mais triste quando chove, eu a acho mais bela, gosto da chuva, me lembra a solidão, solidão.., a menina ler um livro groso, me parece ser chata a leitura, algo haver com leis, ela tem um cordão de ouro acho que sua mãe ou pai lhe deram, um estrela de Davi, será que ela es judia, acho que não, estes judeus...

Do meu lado direito têm um rapaz, bem concentrado, deve esta fazendo um enorme esforço, para dar conta deste livro ainda hoje, conheço aquela chave, o armário dele deve ser o dez, muitas vezes peguei aquele armário, nunca tive preferência com números mais sempre sobrou só o dez, aceitava né, fazer o que, ao lado do seu livro grande e de aparência chata, ele tem uma constituição do Brasil, do ano de 1988, já até sei qual es seu sonho, se torna funcionário publico, me parece ser o sonho de quase todos desta sala. Na sua camisa tem um símbolo dos bombeiros.
Ele quer ser herói, sempre sonhei em ser herói também, mais não tenho jeito para isto, alias, eu não tenho jeito para nada.
A minha frente têm um garoto blusa verde, com uma frase escrita em inglês “You are Perfect” nunca gostei de inglês, ele usa um boné de cor cinza a mesma do meu, para mim o cinza e a verdadeira ausência de cores ou quase isto.

Uma tarde de um dia qualquer, onde eu fico a observar todos talvez eu esteja sendo observado também e nem estou percebendo, mais o que será que estas pessoas estão pensando, sinto falta de um baseado.

Detalhe...

Daqui onde eu me encontro consigo ver uma par de pés, coisa estranha, não aqueles pés, e sim a impressão de que eu já vi estes pés, eles são bonitos imagino que seja de alguma menina, me parecem delicados do tipo que nem toca no chão ao andar, delicados... Fico aqui a imaginar a donas destes pés, será que ela es delicada como seus pés, tudo leva acreditar que a dona deste pés não passa de um anjo, e perdido nesta cidade com aparência de solidão, na qual tudo me parece triste, tudo me parece monótono e sombrio, ela parece ter roubado o brilho do sol e esteja tentando se esconder, aqui nesta sala, sem que ninguém a perceba, isto es furto, ainda mais roubar o brilho do sol, tirar o alegria de uma cidade, para mim não faz diferença sinceramente estou até contente em poder ter este brilho ali escondido, e poder dizer que eu posso ver a delicadeza de seu brilho, uma ladra fantástica enganou o sol astro rei, é mulheres têm o costume de enganar os homens, mais me fica a impressão de tem visto este brilho,o brilho que surgiu de um belo par de pés.
Hoje pela manhã, ao sair de casa eu vi o sol ali o astro rei como sempre todo poderoso mostrando todo o seu maravilhoso brilho. Sem dar muita importância (certos dia eu não ligo para nada) fui aos meus afazeres sem me importar com nada, em um dia de muitas coisas a fazer você só pensa em voltar logo para casa, passados varias horas esperando minha vez em ser atendido e assim poder resolver meus problemas, esta sentado de cabeça baixa pensando e elaborando como vencer o nada, vi aquele brilho o mesmo brilho que vejo agora desta ladra, mais estes pés...

Eu conheço a dona destes pés...
... do que ficou.

Dos tempos de criança
ficaram só as criancices
De tudo aquilo que eu tinha
ficou o nada que sobrou
Daqueles tempos saudosos
ficaram os momentos mentirosos
Das amizades aladas
ficaram os corvos sem asas
Do tempo que eu me achava esperto
ficou só a vontade de tudo dar certo
Do tempo de ser sem querer
só restou o querer ser
Dos livros devorados com esperança
ficou nada mais que ignorância
Dos tempos de criar mundos
ficaram só os sub-mundos mal-inventados
Ah, dos tempos de sorrir de tudo
ficou só um retrato carrancudo
Dos sonhos mais belos
ficaram insônias e olhos vermelhos
Do tempo de ser útil
ficou só ócio táctil
Daquele tempo em que eu amava
ficou um verso sem palavra
Do medo de não ter medo
ficou o estado mórbido perfeito
Do que temos hoje
só nos fica o amanhã
Tenho sorte hoje
Amanhã não terei mais
O que temos é o que nos resta
e estamos querendo demais...

O ESTADO MÓRBIDO

Noite paradisíaca, Jesus dorme Ainda
Eu sustento toda madrugada
Com uma grande fantasia caída...
Sem fôlego eu mergulho profundo
Escondo tédio e fim
Preencho o vazio do mundo
Eu oculto a insignificância apenas de mim

Despejaram cinzas e confessei tudo ao tempo
Como tentara uma vez revelar o inferno
Mas venerei meu próprio sofrimento.
Resolvi ser Caliban,
Porem era fraco como ariel.
Exaltei Cain pela manhâ
Mas na noite obedeci a maldade de Abel...

Eu alcanço Deus com geometria e não no amor
Apocalipse é uma corrente subterrânea fria
Que aperfeiçoou prazer e intensa dor.
Quando o Genesis perde o ar e a calma
Lamenta-se pela atmosfera
O vento desordena toda a alma
Desconfio que meu espírito fugiu da nova era.

O espelho do sono

Água cristalina derramada
Refletiu uma agonia iluminada
Águas que caem como lagrimas
Fria e fina corrente quebra
Esculpiu nosso rosto em uma pedra
Faces que unem olhos
Treme ponto ocular em suave sonolência
Domínio quimérico em uma transparência
Com toques a serem sentidos
Que abraça lentamente o seio meu
Além da magia de Morfeu...
Metáforas mostram mentiras metafísicas
Movimentando-se mutuamente miserável
Mergulhou Madalena maravilhosa,
Mulher muito misteriosa,
Metamorfoseou mística memorável.

Medito meu medo medieval
Melhora mediocridade maternal
Matricídio magnificente,
Mãe mascarada maldita,
Morte maior medita,
Magia mortal malevolente

Moldando mausoléus, moradias!
Minhas mãos moldam mortos,
Maria modelou messias...
Messias murmurou milagres,
Modificou morféticos mortais,
Menos macabras monstruosidades
Mitológicas monumentais

Marduk mantem-se monumento,
Mefistófeles menosprezou mortandade,
Mitologia marcou momento...
Mãe mandou mensagem maligna
Minha melodia marcou meio-dia!
Manchando moralmente mulher
Minha madona macilenta, macia...