Eu falo do que vejo
do que noto
do norte
da morte
Eu falo de poesia
falo da fantasia
da quase afasia
do meu ser
Eu falo de noites
de sortes
de cortes abruptos
de um quase ter
Falo do Madeira
de Rondônia
da Amazônia
daquilo que você não vê
Eu falo daquilo que tenho
do errado que é aqui
Falo do meu Velho Porto
Da falta de um jardim
Tenho falado
da falta de voz
Tenho tentado ser
O que resta de nós
Sou bicho Quase
Sou coisa Quase
Sou quase amazônida
pedaço de terra queimada