Quase amazônida

Eu falo do que vejo
do que noto
do norte
da morte

Eu falo de poesia
falo da fantasia
da quase afasia
do meu ser

Eu falo de noites
de sortes
de cortes abruptos
de um quase ter

Falo do Madeira
de Rondônia
da Amazônia
daquilo que você não vê

Eu falo daquilo que tenho
do errado que é aqui
Falo do meu Velho Porto
Da falta de um jardim

Tenho falado
da falta de voz
Tenho tentado ser
O que resta de nós

Sou bicho Quase
Sou coisa Quase
Sou quase amazônida
pedaço de terra queimada

Amazônnia

terreno seco
sem árvores, sem verde
medo
mudança...

Tudo passa
com o trem que trilha o caminho da mata

mata, que mata por falta
só lembranças
brancas, vagas
de trem que passa