Se fosse pra lhe dizer algo diria, para não se afastar da cidade, só por se afastar, porem naquele momento nenhuma palavra ou pessoa podia lhe alcançar, a rodovia era escura assim como era obscuro os pensamentos daquela pessoa perdida, o cheiro de combustível invadia o ambiente, o motor estava no limite ou quem sabe além do limite, limites mesmo não existiam, pra quem nem se quer sabia pra onde ia ou de onde vinha, quem sabe visitar aqueles velhos amigos que algum tempo atrás já estiveram mortos, e tentar fazer um velho horrorshow que há tempos não fazia, fazer as velhas misturas que lhe fazia perder o sentido, perder os motivos e quando já estava longe demais, longe de tudo, ainda tinha um telefone que tocava e lhe chamava, chamava?,
pra onde?, pra que? e como se fosse instintivo aceitou o convite ou quem sabe a chamada e lá encontrou os amigos do momento e também as coisas do momento, só não encontrava o momento, o momento de partir e como se fosse um filme antigo o telefone chama de novo e logo ninguém daquele lugar poderia lhe tocar a unica coisa que ainda tocaria era o telefone porem momentos mais tarde nem telefone, nem toque, nem chamada, poderia lhe alcançar estaria ao mesmo tempo longe demais e próximo demais, estaria em uma vitrine ou quem sabe esperando um taxi, taxis que nunca saberiam, parar onde se encontrava quem sabe porque já não se encontrava em lugar nenhum e em tempo nenhum.... se encontrava perdido dentro de seu corpo, seu corpo expulsava tudo com uma mistura alucinogena de todos os liquidos contidos em um corpo, talvez aquela fosse a hora do fim, porem não foi... continua na vida