vio-lento


Por acaso tudo continuava normal,
o sol que nos aquecia, agora nos queimava,
queimava muito a pele, os cabelos, o cerebro,
e sentiamos o cheiro desses cerebros sendo
incinerado pelo glorioso sol, o cranio já não suportava
toda aquela ebulição da massa cinzenta que cheira a fezes
da fralda esquecida de trocar, daquela criança esquecida
no meio da cidade onde passanvam os onibus podres, e
podres eram as pessoas que ali estavam toda aquela podridão
contida nas palavras e que falavam muito, muito mesmo porem não
diziam nada e aquela aflição por se alcançar a noite, porque a noite e grande
e é massacrante pois é o horario disponivel para essa grande massa de trabalhadores
que se orgulham de serem chamados de trabalhador brasileiro e vira letra de musica
"trabalha igual burro enão ganha dinheiro" e compramos isso porque somos isso,
o dinheiro não vem com o trabalho, vem com o pensamento, porem o dinheiro
corrompe o pensamento e trabalhamos e não ganhamos, trabalhamos
para sermos explorados e ficamos mau quando não somos explorados e
somos enquadrados dentro de um paradigma que é o dos vagabundos
e com esse orgulho de sermos brasileiros trabalhadores ignoramos
os escritores e tambem os que não escrevem e quem vai dizer,
se não matarei esse horrivel escritor que envade meu horario de trabalho....

Todas as árvores hoje estão muito silenciadas
Dos vestígios que ficaram só resta o norte
Onde nos lugares inacessíveis o vento sopra forte
Por algum ser que guardou essa terra
A mitologia sobrevive
Os ameríndios sustentaram isso a vida inteira
Até a chegada daqueles que traziam a cruz
Mas era o apetite pelas pedras flamejantes

Tirantes
Antes que os chamem de índios
Eles o chamam de deserdados

Após a domesticação de paisagens
Constituir base de vida
Os seres de pele vermelha
Foram reprimidos na exploração
Por tudo aquilo que os deserdados queriam ter
E nunca tiveram

Um sossego ainda ecoa na impenetrável Amazônia
O norte aponta lanças em todas as direções
A resistência hoje é isolada
Uma flechada contra a inveja

Selvagens frentes, enfrentamento!


Os artefatos mostram fortes antepassados
Que derramaram o sangue para irrigar a vegetação
Deram a vida pelo sossego
Rumo à passagem que leva ao sol
Para iluminar nossas vidas.