Descobri que, acordei.
Descobri que, nem sempre acordamos de olhos aberto
Descobri que, sempre enxergo embasado ao amanhecer
Descobri que, à primeira vista, tudo é surreal
Descobri que, a vida é uma droga
Descobri que, devemos experimentar todo tipo de droga
Descobri que, as piores eu já experimentei
Descobri que, quando não uso droga parece que estou sempre drogado
Descobri que, quando estou drogado me sinto como se não tivesse
Descobri que, todo mundo fala uma coisa e faz outra
Descobri que, isto é normal
Descobri que, também faço isto
Descobri que, eu era normal
Descobri que, enlouqueci ao nascer
Descobri que, enlouqueci ao ficar normal
Descobri que, ficando normal pude ver que nunca fui normal
Descobri que, assim vi que eu era louco
Descobri que, todo mundo tem um pouco de louco neste tipo de ser normal
Descobri que, meus amigos são os mais loucos que pude encontrar
Descobri que, sou o único normal entre eles
Descobri que, eles são uma droga
Descobri que, estão tentando me enlouquecer
Descobri que, uso droga
Descobri que, gosto
Descobri que, não gosto de viver
Descobri que, sempre quis me matar, pra parar de usar droga
Descobri que, a vida acaba após a morte
Descobri que, começa outra vez
Descobri que, tenho medo de morrer
Descobri que, odeio estar gripado
Descobri que, não quero morrer assim
Descobri que, vou me matar
Descobri que, não vou me matar estando gripado
Descobri que, do meu nariz escorre vômito
Descobri que, acho isto estranho
Descobri que, estou drogado
Descobri que, vivo
Descobri que, enquanto estiver vivo vou estar drogado
Descobri que, que não faz sentido o que estou escrevendo
Descobri que, muitas coisas da vida não fazem sentido
Descobri que, as drogas são assim
Descobri o remédio
Descobri que, descobri?
Descobri que, descobri!
Descobri que, descobri.

DESCOBRI QUE ....
Vá a merda!
Tudo terminou tão inesperadamente
Talvez não...
Talvez tudo tenha um inicio em tempos remotos
Em algum lugar
Em um simples ponto
Um ponto insignificante
Um lugar e um ponto
Uma frase solta em meio a uma simples conversa
E daí pra frente
Surgirá o sentimento
Acenderá a vela do amor
Sim, a vela...
Pois assim tudo fica mais belo
Mais este ponto pode ter sido o fim
E também a destruição
Um ponto sem continuação
Que necessitasse continuar
Algo que não ocorreu e em seguida morreu
Talvez a frase lhe salvasse
Mais a boca foi incapaz de prosseguir
Maldita Boca!
Agora o coração sofre
A mente enlouquece
E o Corpo Treme
Boca miserável
Era só uma frase com ponto continuo
A boca e seus serviços inacabados
Agora não há mais tempo
Tudo terminou
Que este coração sofra a te parar de bater
Que a mente exploda com sua loucura
E que este corpo queime ate parar de tremer
Mais que você boca
Um dia tome coragem e faça aquilo que você veio fazer...

Marta Valeria

Puta que pariu
Ela não pára de falar
A hora não passa
E eu conjugo o verbo TÉDIO
O sol não se pôs
Mas o ocaso já passou
O relógio parou
E ate o tempo sumiu (?)...
As vozes estridentes
Penetram meu labirinto
E ficam por lá tinindo
Sem saber qual a saída
Minha cabeça dói
E a voz não cala nunca...
Devaneios, fugas e confusões
Por entre buracos negros
Todos fogem, todos fogem
Não fica ninguém
E todos estão aqui
Presentemente ausente
Sem corpo, voz ou alma
O sol não brilha aqui dentro
E as nuvens
Pintadas com caneta azul
Estão se dissipasando
Aquém vêm e vão, letras
Acolá vão e voltam palavras
Não importa
O que paira no meio
Porque todos estão mortos...
Mas eu, cuja alma se reflete
As forças todas do universo
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações.
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legitima e triste do conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Eu não mereço essa tormenta maldita
Mãe dos meus desejos quero ir contigo
Para o reino obscuro onde Marduk dormiu
Eu tentei ser um credor frio, humano
Agora vem a Jerusalém descortinada
Não em Babilônia, mas em holocausto
Que nosso Hamurabi não julgaria
Deusa suprema dos meus sonhos
Eu venero teu nome contra a fúria
Dos ventos na linguagem dos mortos
Eu já vivi este mundo bastante
Para saber que almas são escravas do poder
Tu es cicuta no vinho da santa ceia
Conceda-me o teu obscuro prazer
E deixe queimar uma pirafuneraria
Esse aroma escurecido que me faz sentir
Febril cada vez mais perto de ti.

Sou Deus

Eu esfrego os olhos
Sei que o espelho não mente
Que idade será que tenho?
Eu contava 19 anos
Mas parece que faz muito tempo
Meus olhos caídos e perdidos
O que houve com meus lábios?
Estão murchos...
Quantos anos tinha Jesus?
Quando decidiu que era Jesus?
Com que idade será
Que Dalai Lama vai morrer?
Lavo o rosto
A água enferrujada
Da Amazônia industrializada
Limpa meu rosto verossímil
Estou mais velho
A aparência jovem
Esconde o homem – das - cavernas
Sou sem rosto para se ver
A parte mais pura
De um silencio com palavras
Descobri uma parte sã
Nos 10 milhões de anos
Que viverei em breve
Quanto tempo será que tenho
Até torna um mortal?
Olhando os fundos. Abandonando o tempo em um presente que se perde o passado. Vivendo entre sombras. Porque nem tudo que reluz no momento é ouro no futuro. E sem aquilo que sempre desejamos é só agonia. O desejo é profundo, como uma mitologia caída, escavada em um silencio tedioso, inanimado. O asco é transformado em tranqüilidade, uma imagem em imaginação, o interior da alma em pecado carnal e um romântico em canibal. Um mergulho no crepúsculo e acima as estrelas em constante profanação, retarda o destino enquanto no alto da atmosfera um anjo sopra forte para afastar o brilho e sustentar o escuro e o sossego no fundo de um caos ignorado, agora preenchido.

O retrato de Cecília

Já nem sei mais como foi
Só vejo o olhar anônimo
Sem olhos
Apenas o castanho
Da tempestade que virá
Já nem sei onde ficou
O aspecto sapiente
Do velho monge
Em que cristal
Ficou imortalizado
O que serei agora
O que fui amanhã
O que sou outrora.

O suicídio é a unica maneira de enganar o destino que leva a decadência. Viver uma digna vida é aceitar a própria destruição. E foi assim que me tornei um asco em meus pensamentos, sensato em atitudes. Fui um cordeiro em obediência e assim serei o sacrifício. Ainda vivo. É um tédio demente que transformei em tranquilidade.

Minha Morte

Um sistema complexo
Vida e morte envolventes
Uma dança excitante
Uma trama misteriosa
Com olhos curiosos cercando-nos
Com sentimentos tortos
Memórias sem tempo marcado

- Me leve agora
Dê-me sentido
Pois...
Sua vida sempre se envolve com minha morte
Seus mistérios sempre me deixarão excitado

Você se mostra para mim que é,
Tão leve quanto o ar
Tão passada quanto uma montanha
Mais isto me fascina
Isto me intriga
Em uma dança macabra em busca da minha morte.
Assim encontrando sua vida.

Memórias de dias de lutas.

... E ao amanhecer ele pegou todo o material que lhe era necessário, talvez ele não fosse utilizar aquela adaga, mas tinha que levá-la por precaução, toda aquela sensação, todo aquele sentimento, já havia corrido por suas veias épocas passadas, como em cenas de filme ele relembrara, com todos os detalhes desde o início, quando ele havia pego a mesma adaga, e viu seu nome gravado na lâmina, ele nunca se esquecera que foram apenas duas perfurações, as duas no estômago ele havia sentido muita dor, mas sobreviveu.

Mas esta situação era diferente, uma batalha nova, com outra pessoa, o cheiro de morte estava no ar, alguém teria que morrer hoje, seu interior estava podre e ele percebera seu cheiro nojento, mas aquela situação tinha que termina ali. Ela até o momento não tinha notado nada diferente nele, (talvez não tivesse nada de anormal mesmo), ela estava ali sentada, aguardando sua vez sem muitas preocupações, e o tempo não passara, o relógio parecia que estava parado, ou girando ao contrário. Ele tinha raiva do tempo, pois no momento em que ele mais queria o tempo corria depressa, mas ali ele estava parado, pelo menos para ele, as pessoas riam, havia outra estava angustiada e algumas até cochilavam, mais ele estava perturbado, sua podridão estava à mostra e ninguém percebia, talvez fosse a hora de usar sua adaga. Ele a retirou de dentro dele e aplicou dois golpes, nele mesmo, mais não no coração talvez tivesse medo, talvez não quisesse matá-la, quando de repente...



(...)


Breve História

Ela tinha uma história, confusa, se apaixonara pelo Tempo, de repente ela percebeu, que estava casada com ele, o Tempo, era muito ciumento, ele cuidara de que tudo fosse eterno, mais seus momentos de felicidade estavam se acabando, pois sua ex a Morte estava voltando para lhe tira sua nova companheira, ele ainda se encontrará franco deste o último encontro com a Morte, todo mundo sabia que a Morte e o Tempo eram uma casal complicado, Ela não poderia se meter assim entre estes dois, teria que pagar um preço justo, qual seria este preço, só a Morte responderia, a separação era inevitável, a eternidade se acabara naquele momento, muitos a queriam, mas e o Tempo? O Destino então cuidou de tudo, e a guardou. Até hoje não se sabe como terminou aquela briga entre a Morte e o Tempo.


(...)

Infinito


Então ele Caiu, em pura solidão, mas ainda pudera ver aquele olhar dela, talvez fosse isto que ele estivesse esperando, mas era tarde. Então ela o levantou e olho de certa maneira sem dizer nada com suas palavras mais com certo olhar, lhe deu uma coisa, um presente, um veneno, talvez ela não quisesse que ele morresse agora, talvez ela tenha aprendido muitas coisa com o Tempo, mas este veneno, qual seria sua utilidade naquele momento, a morte era seu destino, e quando o tempo voltou a passar e o relógio a andar ele aplicou calmamente mais um golpe, desta vez em seu coração, o golpe final, e ela simplesmente se virou. E com um belo olhar deu um sorriso como se conhecesse há muito tempo e foi embora, dizendo com sua linda voz.

- Com o Tempo vem a Morte.

Mas desta vez a Morte não veio, a solidão foi seu remédio, ela enganara a Morte, e lhe dera a solidão uma pessoa podre e agora com a solidão. Ela lhe fizera eterno, mas para que ele a esperasse, pois ainda há tempo...




(Fim do Tempo)

Noite na caverna

Pálpebra demente,
Lagrima fervente
E uma linda face pálida à lua
Essa é a Dama misteriosa que vejo na rua...

Quando caminha parece flutuar
Vestida em um sudário obscuro,
A face reflete mesmo no escuro
E o perfume se espalha pelo ar

Ela entra na necrópole sagrada
Com seu rosto triste caminha na madrugada,
Seguindo o sepulcro da ilusão
Chegando a um túmulo de podridão

Um lugar onde se encerra o espírito
Templo de descanso e perturbação,
Choro, gemidos e um lúgubre grito.
Minha alma se perde na escuridão

Perdido, entro na caverna maldita.
Lugar quente e uma treva infinita,
Entre muitos vejo a donzela misteriosa
Com sua agonia e a face lacrimosa

Com seu olhar fúnebre ela suspirou
Ainda trêmula a donzela se afastou
E olhou com um olhar flamejante que arde
E iluminou como o sol da tarde...

Vou eu insano atrás da donzela
Nessa impertinente obsessão
Bem perto, consigo ver a sua face bela
Antes de se perder no sono da ilusão

Criaturas estranhas surgem em meu redor
Tenebrosos e macabros, penso no pior
A brisa e o sol da tarde da donzela morrem
Almas tentando fugir do abismo correm

Tudo fica tão assustador
Tornando-se mais perfumado
Eu entre as carcaças e o horror
O cheiro da podridão é o odor apaixonado

Agora meu coração bate errante,
Eu fico sombrio e fascinado
Sigo a donzela no instante
Na caverna começo a ficar sufocado

Pragas corroem as almas da cruz
Pecadores ainda acreditam em uma luz...
O profano vem em grito de insepultos
— Cadáveres sofredores estão ocultos!

Trovoadas apocalípticas traz a calma
O suspiro de Satanás devora a alma
Gemido de pecadores se torna loucura
Sangrando, Sofrendo e por ultimo devorado pela criatura.

O profano descobre o meu ser mortal.
— Pobre vivo perdido, Quem és?!
Eu amedrontado — Sou um macabro, poético canibal
Ironicamente — então conquiste e devore uma mulher!

Uma harmonia se espalha pelo ar,
Vi a donzela adormecer. Vi-a chorar
Satã aborrecido —Vai maldito! Pratique sua antropofagia!
— Sou poeta quando amo, não desperdiço poesia...

Agora tudo se torna horror e agonia
E Satã cuspiu todo seu ódio e ironia...
Eu respirei como um desgraçado
— Vai cristalizar no fogo pecador, esqueça seu passado!...

Aclamei como Pedro Ivo —– Fugi do solo maldito,
Fugi, estou no infinito!...
Grito de insatisfação se ecoou
E a donzela acordou

Enquanto demônios me olhavam, eu tremia.
Acrescentei — Srs. Estou aqui por amor e sentimento.
Segui-a, flutuei ate aqui como vento
Por aquela linda face que dormia

Descobri que aquele profano não era Satã
Mas um grande demônio que esconde o amanhã!
Com toda sua crueldade e egocentrismo,
Berrou: — Hipócritas no abismo!

Logo se formou um tufão
O profano incendeia e faz um furacão
Pecadores queimam-se na chama
Cadáveres apodrecem na ardente lama

Imediatamente as criaturas bradam para mim
— Vadio! Hipócrita! Bastardo! Esse é teu fim!
E vieram em minha direção
Loucos e desvairados queriam o meu coração

Senti uma vontade abominável
Pensamento sórdido, intuição de viver,
Macabro e insuportável,
Desejo de que aqueles demônios eu tinha que comer

E o primeiro aproximou-se furiosamente
Esperei o veneno demente
Com suas garras esgarçou em meus braços
Meu sangue escorreu, mas ainda bem escasso.

Gargalhei em uma ironia descomunal
Fingi para disfarçar a dor louca
Em uma violenta pressa mordi brutal
Arranquei metade de seu pescoço com a boca

Degustei aquele sangue azul,
Comi aquele único pedaço cru
E vi a matéria maligna ceifar
E vi minha vida encerrar

Estava eu com o sangue daquele possuído
Estava eu com ódio e da vida desiludido
Um esquadrão satânico me avistou
Olharam-me e violentamente atacou

Senti as garras desforrarem
Lutei como um audaz canibal
Vi minhas mordidas esconjurarem
Afrontei-os como um animal

Ora eu mordia-lhes violentamente,
Ora eu arrancava cabeças cruelmente
Sofri com as garras amoladas,
Sofri com as chamas borrifadas

A batalha formou uma terrível fulguração
Esgotado eu via o final
Tudo se envolvia em rajadas de fogo e trovão
E lutei como um imortal

Mas na covardia corri para um pântano obscuro
Dando de olhos com a donzela no escuro
Os demônios me procuravam
Cuspiam fogo e gritavam

Agarrei-a e juntos entramos em uma treva
Beijei-a. Seu cheiro era de erva.
Estávamos seguros, mas continuei agarrado
E ela deu um suspiro gótico apaixonado

A paixão se envolvia no meu sangue derramado
Da insana antropofagia vinha o amor sedado
Não disse nada, deixei meu olhar psicofago falar,
Com o negrume e triste emitir sentimento de amar

Foram beijos ardentes,
Suspiros e sussurros apaixonado
No inferno o amor é quente,
Adormeci esgotado...

Tempos depois ouvi um clamor
Não era do inferno e nem do suposto Satã
Lembrava o profano Abigor
Acordei, já era manhã.

Dizia; — Acorda necrofilo vadio!
Dormiu no cemitério, vagabundo!
Jogado ao frio
Tu fizeste sexo com a defunta imundo?!

Levantei-me assustado
Olhei-me, estava machucado.
Era um coveiro aborrecido.
Ele não ia acreditar no que tinha acontecido

Espantei-me quando vi a donzela,
Ainda pude ver a linda face que faz ela
Estava ao meu lado inanimada
Como se fosse minha eterna amada

Eu disse: — não sei explicar meu senhor,
Apenas entrei num marasmo de amor e horror...
E fiquei quieto admirando sem temores
Ainda desejando amores

O arrogante coveiro me mandou ir embora
Pesadelo, sonho ou realidade e agora?
Ainda continuo indeciso...
Vou cair no sono é isso que preciso.

Onde estou.

Uma sala. (aqui esta, estranho) neste local tem varias pessoas. Cada um em uma mesa sendo que, se encontra um casal a sós em uma mesa conversando eu não acredito que ali role algum clima amoroso, acredito que já tenha visto o rapaz que está acompanhando a moça, em alguma esquina desta vida, não sei onde mais não me es estranho, mais a moça duvido muito que a reconheça pois ate o memento não vi seu rosto, porque ela se encontra de costa para mim.

Ao meu lado têm uma menina branca de cabelos loiros, tem traços indígenas ou asiáticos, não sei bem, acho que ela esta com frio, ela esta com duas blusas, aqui esta frio mesmo, putiz e como esta frio, lá fora chove, pela janela vejo o tempo fechado, a cidade fica mais triste quando chove, eu a acho mais bela, gosto da chuva, me lembra a solidão, solidão.., a menina ler um livro groso, me parece ser chata a leitura, algo haver com leis, ela tem um cordão de ouro acho que sua mãe ou pai lhe deram, um estrela de Davi, será que ela es judia, acho que não, estes judeus...

Do meu lado direito têm um rapaz, bem concentrado, deve esta fazendo um enorme esforço, para dar conta deste livro ainda hoje, conheço aquela chave, o armário dele deve ser o dez, muitas vezes peguei aquele armário, nunca tive preferência com números mais sempre sobrou só o dez, aceitava né, fazer o que, ao lado do seu livro grande e de aparência chata, ele tem uma constituição do Brasil, do ano de 1988, já até sei qual es seu sonho, se torna funcionário publico, me parece ser o sonho de quase todos desta sala. Na sua camisa tem um símbolo dos bombeiros.
Ele quer ser herói, sempre sonhei em ser herói também, mais não tenho jeito para isto, alias, eu não tenho jeito para nada.
A minha frente têm um garoto blusa verde, com uma frase escrita em inglês “You are Perfect” nunca gostei de inglês, ele usa um boné de cor cinza a mesma do meu, para mim o cinza e a verdadeira ausência de cores ou quase isto.

Uma tarde de um dia qualquer, onde eu fico a observar todos talvez eu esteja sendo observado também e nem estou percebendo, mais o que será que estas pessoas estão pensando, sinto falta de um baseado.

Detalhe...

Daqui onde eu me encontro consigo ver uma par de pés, coisa estranha, não aqueles pés, e sim a impressão de que eu já vi estes pés, eles são bonitos imagino que seja de alguma menina, me parecem delicados do tipo que nem toca no chão ao andar, delicados... Fico aqui a imaginar a donas destes pés, será que ela es delicada como seus pés, tudo leva acreditar que a dona deste pés não passa de um anjo, e perdido nesta cidade com aparência de solidão, na qual tudo me parece triste, tudo me parece monótono e sombrio, ela parece ter roubado o brilho do sol e esteja tentando se esconder, aqui nesta sala, sem que ninguém a perceba, isto es furto, ainda mais roubar o brilho do sol, tirar o alegria de uma cidade, para mim não faz diferença sinceramente estou até contente em poder ter este brilho ali escondido, e poder dizer que eu posso ver a delicadeza de seu brilho, uma ladra fantástica enganou o sol astro rei, é mulheres têm o costume de enganar os homens, mais me fica a impressão de tem visto este brilho,o brilho que surgiu de um belo par de pés.
Hoje pela manhã, ao sair de casa eu vi o sol ali o astro rei como sempre todo poderoso mostrando todo o seu maravilhoso brilho. Sem dar muita importância (certos dia eu não ligo para nada) fui aos meus afazeres sem me importar com nada, em um dia de muitas coisas a fazer você só pensa em voltar logo para casa, passados varias horas esperando minha vez em ser atendido e assim poder resolver meus problemas, esta sentado de cabeça baixa pensando e elaborando como vencer o nada, vi aquele brilho o mesmo brilho que vejo agora desta ladra, mais estes pés...

Eu conheço a dona destes pés...
... do que ficou.

Dos tempos de criança
ficaram só as criancices
De tudo aquilo que eu tinha
ficou o nada que sobrou
Daqueles tempos saudosos
ficaram os momentos mentirosos
Das amizades aladas
ficaram os corvos sem asas
Do tempo que eu me achava esperto
ficou só a vontade de tudo dar certo
Do tempo de ser sem querer
só restou o querer ser
Dos livros devorados com esperança
ficou nada mais que ignorância
Dos tempos de criar mundos
ficaram só os sub-mundos mal-inventados
Ah, dos tempos de sorrir de tudo
ficou só um retrato carrancudo
Dos sonhos mais belos
ficaram insônias e olhos vermelhos
Do tempo de ser útil
ficou só ócio táctil
Daquele tempo em que eu amava
ficou um verso sem palavra
Do medo de não ter medo
ficou o estado mórbido perfeito
Do que temos hoje
só nos fica o amanhã
Tenho sorte hoje
Amanhã não terei mais
O que temos é o que nos resta
e estamos querendo demais...

O ESTADO MÓRBIDO

Noite paradisíaca, Jesus dorme Ainda
Eu sustento toda madrugada
Com uma grande fantasia caída...
Sem fôlego eu mergulho profundo
Escondo tédio e fim
Preencho o vazio do mundo
Eu oculto a insignificância apenas de mim

Despejaram cinzas e confessei tudo ao tempo
Como tentara uma vez revelar o inferno
Mas venerei meu próprio sofrimento.
Resolvi ser Caliban,
Porem era fraco como ariel.
Exaltei Cain pela manhâ
Mas na noite obedeci a maldade de Abel...

Eu alcanço Deus com geometria e não no amor
Apocalipse é uma corrente subterrânea fria
Que aperfeiçoou prazer e intensa dor.
Quando o Genesis perde o ar e a calma
Lamenta-se pela atmosfera
O vento desordena toda a alma
Desconfio que meu espírito fugiu da nova era.

O espelho do sono

Água cristalina derramada
Refletiu uma agonia iluminada
Águas que caem como lagrimas
Fria e fina corrente quebra
Esculpiu nosso rosto em uma pedra
Faces que unem olhos
Treme ponto ocular em suave sonolência
Domínio quimérico em uma transparência
Com toques a serem sentidos
Que abraça lentamente o seio meu
Além da magia de Morfeu...