Eu não mereço essa tormenta maldita
Mãe dos meus desejos quero ir contigo
Para o reino obscuro onde Marduk dormiu
Eu tentei ser um credor frio, humano
Agora vem a Jerusalém descortinada
Não em Babilônia, mas em holocausto
Que nosso Hamurabi não julgaria
Deusa suprema dos meus sonhos
Eu venero teu nome contra a fúria
Dos ventos na linguagem dos mortos
Eu já vivi este mundo bastante
Para saber que almas são escravas do poder
Tu es cicuta no vinho da santa ceia
Conceda-me o teu obscuro prazer
E deixe queimar uma pirafuneraria
Esse aroma escurecido que me faz sentir
Febril cada vez mais perto de ti.

Sou Deus

Eu esfrego os olhos
Sei que o espelho não mente
Que idade será que tenho?
Eu contava 19 anos
Mas parece que faz muito tempo
Meus olhos caídos e perdidos
O que houve com meus lábios?
Estão murchos...
Quantos anos tinha Jesus?
Quando decidiu que era Jesus?
Com que idade será
Que Dalai Lama vai morrer?
Lavo o rosto
A água enferrujada
Da Amazônia industrializada
Limpa meu rosto verossímil
Estou mais velho
A aparência jovem
Esconde o homem – das - cavernas
Sou sem rosto para se ver
A parte mais pura
De um silencio com palavras
Descobri uma parte sã
Nos 10 milhões de anos
Que viverei em breve
Quanto tempo será que tenho
Até torna um mortal?
Olhando os fundos. Abandonando o tempo em um presente que se perde o passado. Vivendo entre sombras. Porque nem tudo que reluz no momento é ouro no futuro. E sem aquilo que sempre desejamos é só agonia. O desejo é profundo, como uma mitologia caída, escavada em um silencio tedioso, inanimado. O asco é transformado em tranqüilidade, uma imagem em imaginação, o interior da alma em pecado carnal e um romântico em canibal. Um mergulho no crepúsculo e acima as estrelas em constante profanação, retarda o destino enquanto no alto da atmosfera um anjo sopra forte para afastar o brilho e sustentar o escuro e o sossego no fundo de um caos ignorado, agora preenchido.

O retrato de Cecília

Já nem sei mais como foi
Só vejo o olhar anônimo
Sem olhos
Apenas o castanho
Da tempestade que virá
Já nem sei onde ficou
O aspecto sapiente
Do velho monge
Em que cristal
Ficou imortalizado
O que serei agora
O que fui amanhã
O que sou outrora.

O suicídio é a unica maneira de enganar o destino que leva a decadência. Viver uma digna vida é aceitar a própria destruição. E foi assim que me tornei um asco em meus pensamentos, sensato em atitudes. Fui um cordeiro em obediência e assim serei o sacrifício. Ainda vivo. É um tédio demente que transformei em tranquilidade.

Minha Morte

Um sistema complexo
Vida e morte envolventes
Uma dança excitante
Uma trama misteriosa
Com olhos curiosos cercando-nos
Com sentimentos tortos
Memórias sem tempo marcado

- Me leve agora
Dê-me sentido
Pois...
Sua vida sempre se envolve com minha morte
Seus mistérios sempre me deixarão excitado

Você se mostra para mim que é,
Tão leve quanto o ar
Tão passada quanto uma montanha
Mais isto me fascina
Isto me intriga
Em uma dança macabra em busca da minha morte.
Assim encontrando sua vida.

Memórias de dias de lutas.

... E ao amanhecer ele pegou todo o material que lhe era necessário, talvez ele não fosse utilizar aquela adaga, mas tinha que levá-la por precaução, toda aquela sensação, todo aquele sentimento, já havia corrido por suas veias épocas passadas, como em cenas de filme ele relembrara, com todos os detalhes desde o início, quando ele havia pego a mesma adaga, e viu seu nome gravado na lâmina, ele nunca se esquecera que foram apenas duas perfurações, as duas no estômago ele havia sentido muita dor, mas sobreviveu.

Mas esta situação era diferente, uma batalha nova, com outra pessoa, o cheiro de morte estava no ar, alguém teria que morrer hoje, seu interior estava podre e ele percebera seu cheiro nojento, mas aquela situação tinha que termina ali. Ela até o momento não tinha notado nada diferente nele, (talvez não tivesse nada de anormal mesmo), ela estava ali sentada, aguardando sua vez sem muitas preocupações, e o tempo não passara, o relógio parecia que estava parado, ou girando ao contrário. Ele tinha raiva do tempo, pois no momento em que ele mais queria o tempo corria depressa, mas ali ele estava parado, pelo menos para ele, as pessoas riam, havia outra estava angustiada e algumas até cochilavam, mais ele estava perturbado, sua podridão estava à mostra e ninguém percebia, talvez fosse a hora de usar sua adaga. Ele a retirou de dentro dele e aplicou dois golpes, nele mesmo, mais não no coração talvez tivesse medo, talvez não quisesse matá-la, quando de repente...



(...)


Breve História

Ela tinha uma história, confusa, se apaixonara pelo Tempo, de repente ela percebeu, que estava casada com ele, o Tempo, era muito ciumento, ele cuidara de que tudo fosse eterno, mais seus momentos de felicidade estavam se acabando, pois sua ex a Morte estava voltando para lhe tira sua nova companheira, ele ainda se encontrará franco deste o último encontro com a Morte, todo mundo sabia que a Morte e o Tempo eram uma casal complicado, Ela não poderia se meter assim entre estes dois, teria que pagar um preço justo, qual seria este preço, só a Morte responderia, a separação era inevitável, a eternidade se acabara naquele momento, muitos a queriam, mas e o Tempo? O Destino então cuidou de tudo, e a guardou. Até hoje não se sabe como terminou aquela briga entre a Morte e o Tempo.


(...)

Infinito


Então ele Caiu, em pura solidão, mas ainda pudera ver aquele olhar dela, talvez fosse isto que ele estivesse esperando, mas era tarde. Então ela o levantou e olho de certa maneira sem dizer nada com suas palavras mais com certo olhar, lhe deu uma coisa, um presente, um veneno, talvez ela não quisesse que ele morresse agora, talvez ela tenha aprendido muitas coisa com o Tempo, mas este veneno, qual seria sua utilidade naquele momento, a morte era seu destino, e quando o tempo voltou a passar e o relógio a andar ele aplicou calmamente mais um golpe, desta vez em seu coração, o golpe final, e ela simplesmente se virou. E com um belo olhar deu um sorriso como se conhecesse há muito tempo e foi embora, dizendo com sua linda voz.

- Com o Tempo vem a Morte.

Mas desta vez a Morte não veio, a solidão foi seu remédio, ela enganara a Morte, e lhe dera a solidão uma pessoa podre e agora com a solidão. Ela lhe fizera eterno, mas para que ele a esperasse, pois ainda há tempo...




(Fim do Tempo)

Noite na caverna

Pálpebra demente,
Lagrima fervente
E uma linda face pálida à lua
Essa é a Dama misteriosa que vejo na rua...

Quando caminha parece flutuar
Vestida em um sudário obscuro,
A face reflete mesmo no escuro
E o perfume se espalha pelo ar

Ela entra na necrópole sagrada
Com seu rosto triste caminha na madrugada,
Seguindo o sepulcro da ilusão
Chegando a um túmulo de podridão

Um lugar onde se encerra o espírito
Templo de descanso e perturbação,
Choro, gemidos e um lúgubre grito.
Minha alma se perde na escuridão

Perdido, entro na caverna maldita.
Lugar quente e uma treva infinita,
Entre muitos vejo a donzela misteriosa
Com sua agonia e a face lacrimosa

Com seu olhar fúnebre ela suspirou
Ainda trêmula a donzela se afastou
E olhou com um olhar flamejante que arde
E iluminou como o sol da tarde...

Vou eu insano atrás da donzela
Nessa impertinente obsessão
Bem perto, consigo ver a sua face bela
Antes de se perder no sono da ilusão

Criaturas estranhas surgem em meu redor
Tenebrosos e macabros, penso no pior
A brisa e o sol da tarde da donzela morrem
Almas tentando fugir do abismo correm

Tudo fica tão assustador
Tornando-se mais perfumado
Eu entre as carcaças e o horror
O cheiro da podridão é o odor apaixonado

Agora meu coração bate errante,
Eu fico sombrio e fascinado
Sigo a donzela no instante
Na caverna começo a ficar sufocado

Pragas corroem as almas da cruz
Pecadores ainda acreditam em uma luz...
O profano vem em grito de insepultos
— Cadáveres sofredores estão ocultos!

Trovoadas apocalípticas traz a calma
O suspiro de Satanás devora a alma
Gemido de pecadores se torna loucura
Sangrando, Sofrendo e por ultimo devorado pela criatura.

O profano descobre o meu ser mortal.
— Pobre vivo perdido, Quem és?!
Eu amedrontado — Sou um macabro, poético canibal
Ironicamente — então conquiste e devore uma mulher!

Uma harmonia se espalha pelo ar,
Vi a donzela adormecer. Vi-a chorar
Satã aborrecido —Vai maldito! Pratique sua antropofagia!
— Sou poeta quando amo, não desperdiço poesia...

Agora tudo se torna horror e agonia
E Satã cuspiu todo seu ódio e ironia...
Eu respirei como um desgraçado
— Vai cristalizar no fogo pecador, esqueça seu passado!...

Aclamei como Pedro Ivo —– Fugi do solo maldito,
Fugi, estou no infinito!...
Grito de insatisfação se ecoou
E a donzela acordou

Enquanto demônios me olhavam, eu tremia.
Acrescentei — Srs. Estou aqui por amor e sentimento.
Segui-a, flutuei ate aqui como vento
Por aquela linda face que dormia

Descobri que aquele profano não era Satã
Mas um grande demônio que esconde o amanhã!
Com toda sua crueldade e egocentrismo,
Berrou: — Hipócritas no abismo!

Logo se formou um tufão
O profano incendeia e faz um furacão
Pecadores queimam-se na chama
Cadáveres apodrecem na ardente lama

Imediatamente as criaturas bradam para mim
— Vadio! Hipócrita! Bastardo! Esse é teu fim!
E vieram em minha direção
Loucos e desvairados queriam o meu coração

Senti uma vontade abominável
Pensamento sórdido, intuição de viver,
Macabro e insuportável,
Desejo de que aqueles demônios eu tinha que comer

E o primeiro aproximou-se furiosamente
Esperei o veneno demente
Com suas garras esgarçou em meus braços
Meu sangue escorreu, mas ainda bem escasso.

Gargalhei em uma ironia descomunal
Fingi para disfarçar a dor louca
Em uma violenta pressa mordi brutal
Arranquei metade de seu pescoço com a boca

Degustei aquele sangue azul,
Comi aquele único pedaço cru
E vi a matéria maligna ceifar
E vi minha vida encerrar

Estava eu com o sangue daquele possuído
Estava eu com ódio e da vida desiludido
Um esquadrão satânico me avistou
Olharam-me e violentamente atacou

Senti as garras desforrarem
Lutei como um audaz canibal
Vi minhas mordidas esconjurarem
Afrontei-os como um animal

Ora eu mordia-lhes violentamente,
Ora eu arrancava cabeças cruelmente
Sofri com as garras amoladas,
Sofri com as chamas borrifadas

A batalha formou uma terrível fulguração
Esgotado eu via o final
Tudo se envolvia em rajadas de fogo e trovão
E lutei como um imortal

Mas na covardia corri para um pântano obscuro
Dando de olhos com a donzela no escuro
Os demônios me procuravam
Cuspiam fogo e gritavam

Agarrei-a e juntos entramos em uma treva
Beijei-a. Seu cheiro era de erva.
Estávamos seguros, mas continuei agarrado
E ela deu um suspiro gótico apaixonado

A paixão se envolvia no meu sangue derramado
Da insana antropofagia vinha o amor sedado
Não disse nada, deixei meu olhar psicofago falar,
Com o negrume e triste emitir sentimento de amar

Foram beijos ardentes,
Suspiros e sussurros apaixonado
No inferno o amor é quente,
Adormeci esgotado...

Tempos depois ouvi um clamor
Não era do inferno e nem do suposto Satã
Lembrava o profano Abigor
Acordei, já era manhã.

Dizia; — Acorda necrofilo vadio!
Dormiu no cemitério, vagabundo!
Jogado ao frio
Tu fizeste sexo com a defunta imundo?!

Levantei-me assustado
Olhei-me, estava machucado.
Era um coveiro aborrecido.
Ele não ia acreditar no que tinha acontecido

Espantei-me quando vi a donzela,
Ainda pude ver a linda face que faz ela
Estava ao meu lado inanimada
Como se fosse minha eterna amada

Eu disse: — não sei explicar meu senhor,
Apenas entrei num marasmo de amor e horror...
E fiquei quieto admirando sem temores
Ainda desejando amores

O arrogante coveiro me mandou ir embora
Pesadelo, sonho ou realidade e agora?
Ainda continuo indeciso...
Vou cair no sono é isso que preciso.

Onde estou.

Uma sala. (aqui esta, estranho) neste local tem varias pessoas. Cada um em uma mesa sendo que, se encontra um casal a sós em uma mesa conversando eu não acredito que ali role algum clima amoroso, acredito que já tenha visto o rapaz que está acompanhando a moça, em alguma esquina desta vida, não sei onde mais não me es estranho, mais a moça duvido muito que a reconheça pois ate o memento não vi seu rosto, porque ela se encontra de costa para mim.

Ao meu lado têm uma menina branca de cabelos loiros, tem traços indígenas ou asiáticos, não sei bem, acho que ela esta com frio, ela esta com duas blusas, aqui esta frio mesmo, putiz e como esta frio, lá fora chove, pela janela vejo o tempo fechado, a cidade fica mais triste quando chove, eu a acho mais bela, gosto da chuva, me lembra a solidão, solidão.., a menina ler um livro groso, me parece ser chata a leitura, algo haver com leis, ela tem um cordão de ouro acho que sua mãe ou pai lhe deram, um estrela de Davi, será que ela es judia, acho que não, estes judeus...

Do meu lado direito têm um rapaz, bem concentrado, deve esta fazendo um enorme esforço, para dar conta deste livro ainda hoje, conheço aquela chave, o armário dele deve ser o dez, muitas vezes peguei aquele armário, nunca tive preferência com números mais sempre sobrou só o dez, aceitava né, fazer o que, ao lado do seu livro grande e de aparência chata, ele tem uma constituição do Brasil, do ano de 1988, já até sei qual es seu sonho, se torna funcionário publico, me parece ser o sonho de quase todos desta sala. Na sua camisa tem um símbolo dos bombeiros.
Ele quer ser herói, sempre sonhei em ser herói também, mais não tenho jeito para isto, alias, eu não tenho jeito para nada.
A minha frente têm um garoto blusa verde, com uma frase escrita em inglês “You are Perfect” nunca gostei de inglês, ele usa um boné de cor cinza a mesma do meu, para mim o cinza e a verdadeira ausência de cores ou quase isto.

Uma tarde de um dia qualquer, onde eu fico a observar todos talvez eu esteja sendo observado também e nem estou percebendo, mais o que será que estas pessoas estão pensando, sinto falta de um baseado.

Detalhe...

Daqui onde eu me encontro consigo ver uma par de pés, coisa estranha, não aqueles pés, e sim a impressão de que eu já vi estes pés, eles são bonitos imagino que seja de alguma menina, me parecem delicados do tipo que nem toca no chão ao andar, delicados... Fico aqui a imaginar a donas destes pés, será que ela es delicada como seus pés, tudo leva acreditar que a dona deste pés não passa de um anjo, e perdido nesta cidade com aparência de solidão, na qual tudo me parece triste, tudo me parece monótono e sombrio, ela parece ter roubado o brilho do sol e esteja tentando se esconder, aqui nesta sala, sem que ninguém a perceba, isto es furto, ainda mais roubar o brilho do sol, tirar o alegria de uma cidade, para mim não faz diferença sinceramente estou até contente em poder ter este brilho ali escondido, e poder dizer que eu posso ver a delicadeza de seu brilho, uma ladra fantástica enganou o sol astro rei, é mulheres têm o costume de enganar os homens, mais me fica a impressão de tem visto este brilho,o brilho que surgiu de um belo par de pés.
Hoje pela manhã, ao sair de casa eu vi o sol ali o astro rei como sempre todo poderoso mostrando todo o seu maravilhoso brilho. Sem dar muita importância (certos dia eu não ligo para nada) fui aos meus afazeres sem me importar com nada, em um dia de muitas coisas a fazer você só pensa em voltar logo para casa, passados varias horas esperando minha vez em ser atendido e assim poder resolver meus problemas, esta sentado de cabeça baixa pensando e elaborando como vencer o nada, vi aquele brilho o mesmo brilho que vejo agora desta ladra, mais estes pés...

Eu conheço a dona destes pés...
... do que ficou.

Dos tempos de criança
ficaram só as criancices
De tudo aquilo que eu tinha
ficou o nada que sobrou
Daqueles tempos saudosos
ficaram os momentos mentirosos
Das amizades aladas
ficaram os corvos sem asas
Do tempo que eu me achava esperto
ficou só a vontade de tudo dar certo
Do tempo de ser sem querer
só restou o querer ser
Dos livros devorados com esperança
ficou nada mais que ignorância
Dos tempos de criar mundos
ficaram só os sub-mundos mal-inventados
Ah, dos tempos de sorrir de tudo
ficou só um retrato carrancudo
Dos sonhos mais belos
ficaram insônias e olhos vermelhos
Do tempo de ser útil
ficou só ócio táctil
Daquele tempo em que eu amava
ficou um verso sem palavra
Do medo de não ter medo
ficou o estado mórbido perfeito
Do que temos hoje
só nos fica o amanhã
Tenho sorte hoje
Amanhã não terei mais
O que temos é o que nos resta
e estamos querendo demais...

O ESTADO MÓRBIDO

Noite paradisíaca, Jesus dorme Ainda
Eu sustento toda madrugada
Com uma grande fantasia caída...
Sem fôlego eu mergulho profundo
Escondo tédio e fim
Preencho o vazio do mundo
Eu oculto a insignificância apenas de mim

Despejaram cinzas e confessei tudo ao tempo
Como tentara uma vez revelar o inferno
Mas venerei meu próprio sofrimento.
Resolvi ser Caliban,
Porem era fraco como ariel.
Exaltei Cain pela manhâ
Mas na noite obedeci a maldade de Abel...

Eu alcanço Deus com geometria e não no amor
Apocalipse é uma corrente subterrânea fria
Que aperfeiçoou prazer e intensa dor.
Quando o Genesis perde o ar e a calma
Lamenta-se pela atmosfera
O vento desordena toda a alma
Desconfio que meu espírito fugiu da nova era.

O espelho do sono

Água cristalina derramada
Refletiu uma agonia iluminada
Águas que caem como lagrimas
Fria e fina corrente quebra
Esculpiu nosso rosto em uma pedra
Faces que unem olhos
Treme ponto ocular em suave sonolência
Domínio quimérico em uma transparência
Com toques a serem sentidos
Que abraça lentamente o seio meu
Além da magia de Morfeu...
Metáforas mostram mentiras metafísicas
Movimentando-se mutuamente miserável
Mergulhou Madalena maravilhosa,
Mulher muito misteriosa,
Metamorfoseou mística memorável.

Medito meu medo medieval
Melhora mediocridade maternal
Matricídio magnificente,
Mãe mascarada maldita,
Morte maior medita,
Magia mortal malevolente

Moldando mausoléus, moradias!
Minhas mãos moldam mortos,
Maria modelou messias...
Messias murmurou milagres,
Modificou morféticos mortais,
Menos macabras monstruosidades
Mitológicas monumentais

Marduk mantem-se monumento,
Mefistófeles menosprezou mortandade,
Mitologia marcou momento...
Mãe mandou mensagem maligna
Minha melodia marcou meio-dia!
Manchando moralmente mulher
Minha madona macilenta, macia...

Apenas um Anjos

EU ESTOU AQUI,

TALVEZ VOCÊ NUNCA TENHA ME NOTADO.

MAIS EU SEMPRE LHE AMEI

NUM PRIMEIRO OLHAR

NA SUA PRIMEIRA APARIÇÃO

COM SEUS BELOS MOVIMENTOS

COM SEU ANDAR SEM PISAR NO CHÃO

E ESTE SENTIMENTO QUE NÃO SEI DE ONDE VEIO

TALVEZ AO LHE ADMIRAR

TALVEZ AO LHE AMAR...

DROGA.

AO TENTAR EXPLICAR MEU AMOR POR VOCÊ EU SEMPRE VOLTO AO MESMO LUGAR.

-MEU AMOR POR VOCÊ!

QUE COMEÇOU AO TE AMAR.

MAIS ACREDITO QUE NUNCA SABERAS QUE UM DIA EU LHE AMEI!

POIS NUNCA PODERIA LHE CONTAR!

SOMENTE A SOLIDÃO ME ACONPANHARA.

CONFESSO QUE COMETI MUITOS PECADOS COM VOCÊ!

MAIS SOMENTE A SOLIDÃO ME ENTENDERA

POIS ELA SIM ESTEVE AO MEU LADO

E VIU A MINHA FALTA DE ATITUDE EM LHE CONQUISTAR

MAIS ELA TAMBEM ME VIU TRISTE EM VÊ VOCÊ COM SEU AMADO!

OLHANDO VOCÊS DOIS ALEGRES

COM VOCÊS DOIS ABRAÇADOS

COMO ISTO ES DIFICIL PARA ALGUEM COMO EU

POIS SEI QUE SOMENTE EU PODEIREI FAZER VOCÊ FLUTUAR!

COM OS PES NO CHAO SEM ESTAS SONHANDO

IMPOSSIVEL!

TENHO CERTEZA QUE SEREI O SEU MELHOR ANJO

PROTETOR!

EU TE AMO...

Tríade; quase nada

“Quando eu pego nas carnes do meu rosto, Pressinto o fim da orgânica batalha:
- Olhos que o húmus necrófago estraçalha, Diafragmas, decompondo-se, ao sol posto...”
(Augusto dos Anjos)

“Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.”
(Friedrich Nietzsche)

“Mas esse nada, essa fina fatia de nada, essa corrente que não cessa, essa escassa pele, é a coisa mais densa, mais presente, mais profunda do viver. Sobre esse nada, dentro dessa finura, desse já, criamos o universo, a totalidade do já foi e todas as pressões e anseios do será.”
(Alberto Lins Caldas)



Caí apologia, ergue ideologia,
Reina caos, Impõe razão,
Universo em construção.
Transcende espírito,
Cobiça anti-cósmica,
Vazio preenchido por prazer,
A memória não quer permanecer.
Crenças e teorias fluindo
Destruição, eu destruindo
Restos de fluxos de fatos
Um refluxo fundamentado;
Eterno até onde sonhar,
Infinito até onde idealizar,
Imortal até onde vivenciar,
Onde Deus está?
O silencio pertence ao impossível
O nada não é desprezível.
Experiência da vida é manifestação,
Inspirada pela ficção
Contra os valores naturais
Abandonando o velho tempo
Em movimento regressivo
No declínio do possessivo.
Longe da divina sujeição
Em um lugar além da verdade
Sem posição e poder
Mentira e fato são o mesmo viver
Em uma independência subordinada
E obediência anarquizada,
Para desnaturalizar o existente
Que anseia fuga da mente
E aniquilar o imaginário
Que sonha ser realidade.
Mas é esse querer,
È a vontade particular de ter
O que não foi dado
Roubar o que já está abandonado,
Da essência desamparada
Para a possessão pelo quase nada!
Uma força discursiva
Constrói uma guerra metafísica.
O estouro para libertação da linguagem
Acionando vapores de libertinagem
Insatisfação gerando devoração,
Nesse combate de comunicação
A compaixão é domínio da religião,
Escapa algo de materialidade
De joelhos celebrando as desistências
Do ser mais fraco e sensível
Que grita inutilmente para o impossível
Altos ampéres de ingênuos perdões
Depois de libertinas satisfações.
Em uma manta com adornos orientais
Oculta o passado e diviniza o presente
Num ritual de desesperos gritantes,
Ouvidos provocam na terra levantes,
Que a atmosfera engole em gargalhadas
Revertendo-se em melancolias inacabadas.
O pecado ejacula no espaço
Dentro dos limites transcendentais
O destino reúne os sagrados e profanos,
Enquanto a nação espera anjos draconianos
O tempo relata sexual ausência,
O sêmen proclama permanência
Em penetrar culturas cicatrizadas
Apreciando etnias sodomizadas.
Virgem e ingênua oriente puberdade
Bastarda e maldita ocidentalidade
As navegações excitaram as Américas
Como juventude pervertida querendo mais e mais
Envaginando toda materialidade do real
Com seu orgasmo na América central.
Do outro lado o budismo em tentativa medita
Enquanto a cristandade liberta a humanidade
Deixando livres para viver sua prisão,
O islamismo sangra por devoção
Mas o oriente corrompe-se em violenta orgia
E todos querem o divino e desprezam o dia-a-dia.
E por onde andam as quietudes universais?
O desgaste da alma pela purificação,
Que um poder maior toca a distancia
Provocando total redenção e ânsia.
Inferioridade espiritual é uma destruição
E nenhum poder é superação,
A ilusão esta apagada.
A realidade esta desgastada...
O que resta neste instante
É ser quase nada!
Não sou poeta, nem escritor
Sou um verso escrito no estupor
Com as palavras erradas
Corretamente escritas
Das grafias mais ininteligíveis
Dos mais pomposos copistas

Eu descobri que a poesia
É só hipocrisia
Eu descobri que a vida toda
Se vive só num dia

Não sei se sinto asco
Do Vinícius sempre romântico
Não sei se sinto pena
Do Dos Anjos se suicidando
Não pretendo ser de todo mundo
Tal qual Drummond de Andrade
Não entre o escrever do Mário
Porquê tanta individualidade
O príncipe Bilac?
Não, eu não queria ser tão certo
Muito menos a melancolia
Da Clarisse Lispector

AHHHHH
Eu descobri que a poesia
É só hipocrisia
Eu descobri que a vida toda
Se vive só num dia

Não quero escrever:
Vozes veludas, veludosas vozes
Nem escrevo tudo em rima
Igual ao Castro Alves
Não quer ser um poeta religioso
Igual ao Antônio, o padre
Nem ser uma fêmea
Quem nem Chico Buarque
Não sou poeta, nem literata
Vi as palavras no caminho
E as saía chutando feito lata
Sou um menino amazônida
Com o sangue consumido pela poesia
Pela beleza ímpar da floresta
Que todo mundo suicida

Eu descobri que a poesia
É só hipocrisia
Eu descobri que a vida toda
Se vive só num dia
Descobri que as pelavras mortas
Falam mais alto do que as vivas
Descobri que os ouvidos vivos
Serão mortos algum dia.
O tempo agora passa devagar
E eu, na velocidade da luz, vou atrás dele
E nem assim o consigo alcançar
E já não entendo
Essa minha melancolia idiota
É tão esquisito
Quando chega aquela hora
(Momento constrangedor)
Tudo parece bem
E de repente vem, como um soco
Que tira sangue
E às vezes é tão forte
Que nem sangue resta
Talvez eu seja mesmo exagerado
Mas até meu exagero é moderado
Eu ouço vozes no meu ouvido
Que me denunciam
Só que também me deixam alegre
E o mesmo tempo me despedaçam
Em tantas faíscas
Que depois quase não consigo juntar de novo
Às vezes até faltam alguns pedaços
Talvez por isso sou tão incompleto
Agora, o mundo gira rápido demais
E eu nem sei no que acreditar
Duvido até de mim mesmo
Mas mesmo assim caminho
Num caminho tão escuro
Que nem com olhos fechados enxergo mais...
"Não precisa desistir dos sonhos

É só acordar, dar um tempo

e depois dormir de novo"

...Me leve a sua alcova

Eu não mereço essa tormenta maldita
Mãe dos meu desejo quero ir contigo
Para o reino obscuro onde Marduk dormiu

Eu tentei ser um credor frio, humano
Agora vem a Jerusalém descortinada
Não em Babilônia, mas em holocausto
Que
nosso Hamurabi não julgaria

Deusa suprema dos meus sonhos
Eu venero teu nome contra a fúria
Dos ventos na linguagem dos mortos

Eu já vivi este mundo bastante
Para saber que almas são escravas do poder
Tu es cicuta no vinho da santa ceia
Conceda-me o teu obscuro prazer
E deixe queimar uma pirafuneraria
Esse aroma escurecido que me faz sentir
Febril cada vez mais perto de ti.

MUDAR E ME LIBERTAR II

Andar e me Libertar
Voar e me Libertar
Nadar e me Libertar





MUDAR E ME LIBERTAR

Certas Horas...

Às vezes é melhor estar só
Quando ninguém é
Aquilo que parece ser
Quando os mortos
Sabem mais da vida
Do que os que estão a viver

Certos dias
É melhor estar só
Quando a loucura nos ataca
É somos néscios por instantes
Antes que cheguem as pessoas
E o teatro se reabra

Em algumas ocasiões
Faz bem não ter ninguém
Quando todos falam alto
E não posso ouvir minha própria voz
Quando todos querem ajudar
É sem perceber
Cada um no momento oportuno
Torna-se algoz

Há horas nas quais
A solidão é bem-vinda
Quando sem cerimônias
As cortinas se fecham
E cada um procura seu caminho
Quando as luzes do teatro se apagam
E na escuridão
Eu posso me ir despindo
De tudo aquilo que não sou

Certos momentos
Estar só É o melhor remédio.

Sem titulo!

Deixem-nos purificar nossa própria alma

Quanto mais perto da morte estamos

Maiores são os sentimentos de existência

Mas ainda estamos presos em uma misera rotina

São as batalhas do cotidiano que nos mantêm vivos

É essa interminável guerra que não nos deixa pensar

Pensar em uma fuga que nos deixe em um lugar sem vida

É ela que nos faz permanecer em sofrimento

A única forma de libertação é a amortização

O verdadeiro sentimento da vida é o amor ao extermínio

Vivemos em uma guerra em que jamais vamos vencer

A única certeza é a que vamos morrer

Assim seremos livres para pensar, agir e ter prazer.

E nunca mais sonharemos em viver

Um quase poema
Um Quase poeta
Um quase parágrafo
Um quase questionado!




Um poema Quase poema
Um poeta Quase poeta
Um parágrafo quase parágrafo
Um questionamento Quase explicado?

Estranho

Senhoras e Senhores

Eu vos apresento

O estranho

Errado e profano

Um ser inalienável de berço

Com um jeito simples, complicado sujeito

Sem nome ou alcunha

Anônimo por natureza

Por isso reconhecido desde a origem

Anônimo sem beleza

Antônimo sem realeza

Uma riqueza que existe apenas em nós

Riqueza bela riqueza!

Água em cristal petrificada

Como sangue que repassa em vós

Digno de castidade

Digno de perversidade

Indigno somente de real veracidade.

NO MOMENTO NÃO HÁ INSPIRAÇÃO
EM UMA TARDE DE TEMPO MONOTONO
COM PESSOAS SIMPLES
MAIS SINTO ALGO FASCINANTE
NESTE CONTEXTO,
ENTÃO COMO EXPLICAR TUDO ISSO,
EM UM CORPO COM TRUQUES DESEJOS E TRAIÇÃO,
TRAQUINAGENS
MISTURADA,
ALGO COMPLICADO
ALGO INVENTADO.
-CALMA - CALMA...
POSSO EXPLICAR.
POSSO EXPLICAR...
CONFESSO NÃO SER FACIL,
SENTIMENTOS COMPLICADOS,
ISTO ERA UMA FALTA DO QUE ESCREVER,
DO QUE FAZER,
PROCURANDO PRODUZIR
REPRODUZIR,
TALVEZ TENTANDO SER UM POETA
CHEGAR AO PONTO ELEVADO.

O VENTO RESVALA NO MEU ROSTO

LIVROS, INDEX PROPOSTOS

TRAZEM POEIRAS AOS MEUS OLHOS

TRAZEM PROBLEMAS AO MEU CORPO

ME FAZEM VER MELHOR

FAZEM-ME VIVER MELHOR...

ÀS VEZES VOU CONTRA O VENTO

E FAÇO DELE UM FURACÃO

ALGO MONÓTONO

COMO AMOR DE VERÃO

QUE SE VAI QUANDO CHEGA O INVERNO

QUANDO ARVORES
NÓRDICAS PROFETIZAM O SEGREDO GELADO

QUANDO O NOVO É RESTAURADO

INSTAURANDO UM CAOS ORGANIZADO

SEM COMEÇO, MEIO OU FIM

PORQUE NOSSA DESTRUIÇÃO É RACIONAL

PORQUE A EXISTENCIA NÃO DEVE SER QUESTIONADA

PORQUE A FERIDA SANADA

NÃO MOSTRA A VERDADE

E A VERDADE NÃO MOSTRA NADA.

Megalomania

Ah, essa mania de ser o dono de tudo
Essa mania que ataca a muitos
...
Com essa mania de se achar superútil
Deixei de perceber o quanto sou inútil
Tanto inútil quanto fútil

Pensei que pudesse ter algo de valor
Mas eu não nasci
dentro de uma ostra..
Falemos sinceramente:
Como fugiremos da guerra
senão pelo amor?

Como venceremos o ódio
senão pelo mesmo desigual amor?

Dor e amor
Talvez se combinem
Talvez sejam dois lados
da mesma moeda

Como seria um soldado
se não amasse meu inimigo?
Como mataria um adversário
se não fosse capaz de viver por ele?

Quem sabe seja impossível
Fugir ou vencer
Mas a guerra é constante
e o amor é optável

Amor em guerra...
Amor é guerra.

.

Vou trançar
minha vida
em sua teia
e diluir
meu amor
em sua veia.
"Nada" não significa nada.
"Nada" é tudo que ocupa lugar no espaço.
"Nada" foi criado, idealizado e exorcizado.
"Nada" é o mesmo.
"Nada" é nada.

Sobre amor e guerra

Falemos sinceramente:
Como fugiremos da guerra
senão pelo amor?
Como venceremos o ódio

senão pelo mesmo desigual amor?

Dor e amor
Talvez se combinem
Talvez sejam dois lados
da mesma moeda
Como seria um soldado

se não amasse meu inimigo?
Como mataria um adversário
se não fosse capaz de viver por ele?

Quem sabe seja impossível
Fugir ou vencer
Mas a guerra é constante
e o amor é optável
Amor em guerra...

Amor é guerra!

Tese sobre um amigo

Na companhia de um desconhecido,
vou indo em direção ao mundo,
com um companheiro confuso,
mas amigo sempre que possível.

Na hora que preciso,

a solidão me aflige,
ela e tudo que preciso...
-Moronha um camarada forte, com muita cafeína!!!

Um passo para o inferno




um passo para o céu




muito espaço para mim




sem um passo




em direção a ti.

Logo depois da guerra, (...)

Dia, um dia á, pois o outro. Uma outra frase repetida, um dia de agonia, mais vale a pena, esta vida. Uma pessoa amada por dia em transe “uma transa”, varias mulheres por dia, não possuo vida, amor no fim da via uma poesia sem sentido, com opera ao fundo pura melancolia, uma putaria, auto - correção, auto - aniquilação, inquisição, não entendo esta fase, caos. Sem pontuação a mente em transição “TRANSA”, dita e apagada, sempre valorizada, a boca uma arma, a palavra, são as balas, o ouvido e suicídio, um livro, imortalizado, e quase tudo foi para o caralho,

Carro!

Carro?

Poesia?

Imortaliza “ção”!

Incompreensão?

Papel!

Esta tudo! Estatuto? Ex? Ess?

Dada?

Dada!

Ismo?

Doença!

“ismo”!

Passsado....

Erros.

Repensado.

Um mundo, amarrotado de erros, vários erros amontoado neste mundo de fracassados, poucos foram superados. nada explicado, tudo manipulado, você, VOCÊ, VOCÊ.

Cabisbaixo. Dicionário, Terra, Triste!

Dia Apagado, Passado.

Borboletas no Aquário


Estão todos dormindo
não há o que temer
O sol não brilha neste instante
não há o que esconder
A TV está desligada
mesmo assim me sinto alienado
A riqueza dos ricos
se desfaz aos poucos
Os amores começam e terminam
mas nada muda
As mentes sãs
tornaram-se abomináveis
E uma nação anistiada
agora é o mesmo que uma republicana
As nuvens negras
escondem a lua
Meus "dons" se esvaem
Faço barulho
e ninguém desperta
Talvez a hora
não seja de poesia
e sim de descanso
Neste caso
estou deslocado como sempre...
Invisível Luz


Hoje,
depois que o sol se pôs
eu sentei na calçada
e esperei as luzes...

Mas em vez de luzes
veio ao longe, no horizonte
desta cidade em expansão
outro sol
tal qual o que acabara de partir

Me ofuscava o brilho
do sol da noite
que por cima dos prédios
refletia como néon

Em baixo
Porto Velho se juntou
numa única sombra
de si mesma

Eu olhava abismado
por o sol da noite
estar brilhando só para mim
que o bebia incrédulo

E nas praças e nas ruas
ninguém percebia
estavam todos ocupados demais
para ver a luz

(...)


Ainda agora
brilham dois sóis
e a poesia
cega os olhos da sanidade

E vejo poetas
jogados pelas ruas
heróis que perderam a força
que renunciaram a pátria

Mesmo assim
brilham dois sóis
nestes céus de Rondônia
nos lábios desta Amazônia...

Está aqui
o sol que insandeceu Dom Quixote
o sol que Otelo
se recusou a ver

Resplandece entre nós
a rosa que vai aromatizar o mundo
a poesia que vai inundar o universo

Aquém brilha o sol
e a humanidade não percebe
egoísta é a razão
que ignora seu brilho

Apesar de tudo
das guerras e dos anti-amores
o sol brilha sem pugna
e o outro sol nem brilha
quando abro os olhos
Ainda assim resolvi abrí-los
e já era noite...