A poesia é feita pela carne, coisa de libertino, de obsceno – coisa não-coisa contra a carne; pelo ódio contra o ódio; pela indignação; contra a política, contra a história, contra as sociologias, contra o povo, contra as raças, contra a geografia; imposta e indisposta pelo não e pela negatividade, por tudo aquilo que enfrenta o horror, – jamais essa coisinha bem comportada, bem pensante, bem sensível, bem ordeira, coisinha bem papai-mamãe sob lençóis regionais ou nacionais, – bem-dita, rimadinha na medida, bem explicativa, substituta da masturbação, da adolescência interminável, das velhices sem pudor, do narcisismo, do voeirismo, das pedofilias, das necrofilias de chopingcenteres e redes globo, – das tantas vaidades, das cartas, das crônicas, dos artigos, dos jornais e revistas, dos chistes e das piadas, – e que tão bem se dá com todos os “podres poderes” do estado, com todas as oligarquias, palácios, secretarias, repartições, com todas as políticas e políticos, – com todas as tradições populares de submissão e impotência em superar-se: aquele povo que pode apenas fazer palhaçadas pro riso das platéias quando não é mantido bem longe por feder; – e todas as tradições letradas e cultas, eruditas e universitárias da alienação e das ideologias.


Por Alberto Lins caldas
Em um mundo novo.
Não há nada que se possa descobrir.
Tudo Esta a vista.
Nada pode ser inventado.
Pois já foi criado.
Agora ira sobra apenas fracasso.
De ter falhado.
E nada criado.
Apenas uma fatia.
Da gloria de um simples molhador de MERDA.
Que nasceu no acaso, ASCO.
Por Marduk! Ela era fúnebre, com uma face indiana
Eu a conheci a mais de mil noites atrás
Cabelos negros e longos, e trajes de donzela
Eu podia imaginar a nudez que levava
Como o fogo que queima em uma vela.
Ela perdera sua magia diante de mim
Como uma alma do caos enfadada
E esperança pronta a ser exumada
Crescia cada vez mais ao anoitecer
Ela estava mais intensa e forte
Dominava meus pensamentos
Eu já não respirava o mesmo ar
Era frio... Vagaroso o pensar
Uma tortura frigida no cérebro
Como um gelo num crânio humano
Ela usava a angustia ingenuamente para matar
Eu estava no estado mórbido
Como Nietzsche ao abraçar o cavalo
Como Sade e as fezes
Como Calígula na morte de Drusilla...
Ela era fúnebre com olhos semi-abertos
Uma virgem sem saber que era insana
Não é Kali é a grande deusa Diana.
Eu, abominado pelo meio
Enterrado em um fim
Sem sentido para alguém
Uma Filosofatia para mim
Determinado o começo
O desejo de partir
Sem nenhuma resistência
Eu defunto deveria ir.
Terminada a tarde fúnebre
Eu defunto fico aqui
Não é o espaço que decidi
O que deve surgir
Detestado nesse ambiente
Prefiro parar e rir
Todos me atravessam
E eu continuo ali,
Como necrófago que devora
Um despedaçar para ninguém sentir,
Eu quero silêncio absoluto
Permanecendo inerte aí.
É um peso

Não movimento

Nesse momento

Só sossego

Em Asco

Qualquer passo

É um apego

Uma ilusão

Sem expressão

Tenho medo

Sem certeza

Menos esperteza

Hoje cedo
E tudo começou daquele fim que parecia infinito chegamos ao começo daquilo que estava no fim porem não acabava e lutávamos pensávamos fazíamos estratégias
Para fugir disso que era tão abrangente como sol que nos aquece e nos mata e nos adoecem e foi isso que aconteceu com toda a serie dos w 316 via tudo àquilo sem poder ter noção que tudo era uma criação tão indestrutível que nem pode ser criada.......
Escrito por Paulo Moraes
Rápidos em uma noite qualquer.
A porta está fechada.
Uma meia idéia de tudo ou quase nada.
A condição infinita dos números esta sempre na frente do tempo
Faz coisas que não é para ninguém entender, apenas ver.
É sempre o algarismo liquido poluidor da mesma água
Que para os bestializados não significa nada.
Descobri que, acordei.
Descobri que, nem sempre acordamos de olhos aberto
Descobri que, sempre enxergo embasado ao amanhecer
Descobri que, à primeira vista, tudo é surreal
Descobri que, a vida é uma droga
Descobri que, devemos experimentar todo tipo de droga
Descobri que, as piores eu já experimentei
Descobri que, quando não uso droga parece que estou sempre drogado
Descobri que, quando estou drogado me sinto como se não tivesse
Descobri que, todo mundo fala uma coisa e faz outra
Descobri que, isto é normal
Descobri que, também faço isto
Descobri que, eu era normal
Descobri que, enlouqueci ao nascer
Descobri que, enlouqueci ao ficar normal
Descobri que, ficando normal pude ver que nunca fui normal
Descobri que, assim vi que eu era louco
Descobri que, todo mundo tem um pouco de louco neste tipo de ser normal
Descobri que, meus amigos são os mais loucos que pude encontrar
Descobri que, sou o único normal entre eles
Descobri que, eles são uma droga
Descobri que, estão tentando me enlouquecer
Descobri que, uso droga
Descobri que, gosto
Descobri que, não gosto de viver
Descobri que, sempre quis me matar, pra parar de usar droga
Descobri que, a vida acaba após a morte
Descobri que, começa outra vez
Descobri que, tenho medo de morrer
Descobri que, odeio estar gripado
Descobri que, não quero morrer assim
Descobri que, vou me matar
Descobri que, não vou me matar estando gripado
Descobri que, do meu nariz escorre vômito
Descobri que, acho isto estranho
Descobri que, estou drogado
Descobri que, vivo
Descobri que, enquanto estiver vivo vou estar drogado
Descobri que, que não faz sentido o que estou escrevendo
Descobri que, muitas coisas da vida não fazem sentido
Descobri que, as drogas são assim
Descobri o remédio
Descobri que, descobri?
Descobri que, descobri!
Descobri que, descobri.

DESCOBRI QUE ....
Vá a merda!
Tudo terminou tão inesperadamente
Talvez não...
Talvez tudo tenha um inicio em tempos remotos
Em algum lugar
Em um simples ponto
Um ponto insignificante
Um lugar e um ponto
Uma frase solta em meio a uma simples conversa
E daí pra frente
Surgirá o sentimento
Acenderá a vela do amor
Sim, a vela...
Pois assim tudo fica mais belo
Mais este ponto pode ter sido o fim
E também a destruição
Um ponto sem continuação
Que necessitasse continuar
Algo que não ocorreu e em seguida morreu
Talvez a frase lhe salvasse
Mais a boca foi incapaz de prosseguir
Maldita Boca!
Agora o coração sofre
A mente enlouquece
E o Corpo Treme
Boca miserável
Era só uma frase com ponto continuo
A boca e seus serviços inacabados
Agora não há mais tempo
Tudo terminou
Que este coração sofra a te parar de bater
Que a mente exploda com sua loucura
E que este corpo queime ate parar de tremer
Mais que você boca
Um dia tome coragem e faça aquilo que você veio fazer...

Marta Valeria

Puta que pariu
Ela não pára de falar
A hora não passa
E eu conjugo o verbo TÉDIO
O sol não se pôs
Mas o ocaso já passou
O relógio parou
E ate o tempo sumiu (?)...
As vozes estridentes
Penetram meu labirinto
E ficam por lá tinindo
Sem saber qual a saída
Minha cabeça dói
E a voz não cala nunca...
Devaneios, fugas e confusões
Por entre buracos negros
Todos fogem, todos fogem
Não fica ninguém
E todos estão aqui
Presentemente ausente
Sem corpo, voz ou alma
O sol não brilha aqui dentro
E as nuvens
Pintadas com caneta azul
Estão se dissipasando
Aquém vêm e vão, letras
Acolá vão e voltam palavras
Não importa
O que paira no meio
Porque todos estão mortos...
Mas eu, cuja alma se reflete
As forças todas do universo
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações.
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legitima e triste do conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Eu não mereço essa tormenta maldita
Mãe dos meus desejos quero ir contigo
Para o reino obscuro onde Marduk dormiu
Eu tentei ser um credor frio, humano
Agora vem a Jerusalém descortinada
Não em Babilônia, mas em holocausto
Que nosso Hamurabi não julgaria
Deusa suprema dos meus sonhos
Eu venero teu nome contra a fúria
Dos ventos na linguagem dos mortos
Eu já vivi este mundo bastante
Para saber que almas são escravas do poder
Tu es cicuta no vinho da santa ceia
Conceda-me o teu obscuro prazer
E deixe queimar uma pirafuneraria
Esse aroma escurecido que me faz sentir
Febril cada vez mais perto de ti.

Sou Deus

Eu esfrego os olhos
Sei que o espelho não mente
Que idade será que tenho?
Eu contava 19 anos
Mas parece que faz muito tempo
Meus olhos caídos e perdidos
O que houve com meus lábios?
Estão murchos...
Quantos anos tinha Jesus?
Quando decidiu que era Jesus?
Com que idade será
Que Dalai Lama vai morrer?
Lavo o rosto
A água enferrujada
Da Amazônia industrializada
Limpa meu rosto verossímil
Estou mais velho
A aparência jovem
Esconde o homem – das - cavernas
Sou sem rosto para se ver
A parte mais pura
De um silencio com palavras
Descobri uma parte sã
Nos 10 milhões de anos
Que viverei em breve
Quanto tempo será que tenho
Até torna um mortal?
Olhando os fundos. Abandonando o tempo em um presente que se perde o passado. Vivendo entre sombras. Porque nem tudo que reluz no momento é ouro no futuro. E sem aquilo que sempre desejamos é só agonia. O desejo é profundo, como uma mitologia caída, escavada em um silencio tedioso, inanimado. O asco é transformado em tranqüilidade, uma imagem em imaginação, o interior da alma em pecado carnal e um romântico em canibal. Um mergulho no crepúsculo e acima as estrelas em constante profanação, retarda o destino enquanto no alto da atmosfera um anjo sopra forte para afastar o brilho e sustentar o escuro e o sossego no fundo de um caos ignorado, agora preenchido.

O retrato de Cecília

Já nem sei mais como foi
Só vejo o olhar anônimo
Sem olhos
Apenas o castanho
Da tempestade que virá
Já nem sei onde ficou
O aspecto sapiente
Do velho monge
Em que cristal
Ficou imortalizado
O que serei agora
O que fui amanhã
O que sou outrora.

O suicídio é a unica maneira de enganar o destino que leva a decadência. Viver uma digna vida é aceitar a própria destruição. E foi assim que me tornei um asco em meus pensamentos, sensato em atitudes. Fui um cordeiro em obediência e assim serei o sacrifício. Ainda vivo. É um tédio demente que transformei em tranquilidade.

Minha Morte

Um sistema complexo
Vida e morte envolventes
Uma dança excitante
Uma trama misteriosa
Com olhos curiosos cercando-nos
Com sentimentos tortos
Memórias sem tempo marcado

- Me leve agora
Dê-me sentido
Pois...
Sua vida sempre se envolve com minha morte
Seus mistérios sempre me deixarão excitado

Você se mostra para mim que é,
Tão leve quanto o ar
Tão passada quanto uma montanha
Mais isto me fascina
Isto me intriga
Em uma dança macabra em busca da minha morte.
Assim encontrando sua vida.

Memórias de dias de lutas.

... E ao amanhecer ele pegou todo o material que lhe era necessário, talvez ele não fosse utilizar aquela adaga, mas tinha que levá-la por precaução, toda aquela sensação, todo aquele sentimento, já havia corrido por suas veias épocas passadas, como em cenas de filme ele relembrara, com todos os detalhes desde o início, quando ele havia pego a mesma adaga, e viu seu nome gravado na lâmina, ele nunca se esquecera que foram apenas duas perfurações, as duas no estômago ele havia sentido muita dor, mas sobreviveu.

Mas esta situação era diferente, uma batalha nova, com outra pessoa, o cheiro de morte estava no ar, alguém teria que morrer hoje, seu interior estava podre e ele percebera seu cheiro nojento, mas aquela situação tinha que termina ali. Ela até o momento não tinha notado nada diferente nele, (talvez não tivesse nada de anormal mesmo), ela estava ali sentada, aguardando sua vez sem muitas preocupações, e o tempo não passara, o relógio parecia que estava parado, ou girando ao contrário. Ele tinha raiva do tempo, pois no momento em que ele mais queria o tempo corria depressa, mas ali ele estava parado, pelo menos para ele, as pessoas riam, havia outra estava angustiada e algumas até cochilavam, mais ele estava perturbado, sua podridão estava à mostra e ninguém percebia, talvez fosse a hora de usar sua adaga. Ele a retirou de dentro dele e aplicou dois golpes, nele mesmo, mais não no coração talvez tivesse medo, talvez não quisesse matá-la, quando de repente...



(...)