Em uma aula de historiografia, um professor nos disse que os escritores revelam muito mais em seus textos o seu próprio “eu” do que propriamente o objeto ao qual ele se refere. Desde então percebi como ele estava certo, não porque vi o egoísmo de alguns autores cravados nos livros de história, mas o diálogo que muitas vezes empreendem se colocando cada vez mais dentro dos eventos. O que dizer de documentos não escritos? Estes sim são as portas abertas para liberdade da escrita histórica, sem invocar arqueologismos, etnologismos ou qualquer outro cientificismo comprometedor.



Arte-fato.

O artefato admira. Com repulsa, desespero ou angústia? É um olhar que revela apenas o solo escuro, vestígios de seu desterro longínquo à volta a história que existiu distante. Talvez um pouco de memórias de subsolo, faz com que ele [o artefato] reflita à medida que a noite caía e que a obscuridade se fazia mais densa, minhas impressões e em seguida minhas idéias se misturavam, se confundiam. Havia alguma coisa em mim, no fundo do meu coração, no fundo da minha consciência, alguma coisa que não queria morrer e que se revelava por uma estranha angústia (F. Dostoiewski).
Ainda respirava... Estranhamente suspirava memórias pelos dois orifícios abaixo do olhar enigmático. O nariz não estava confortável com o solo que o cobriu durante todos esses anos. Não estava preocupado com os micróbios nem mesmo com as atividades bióticas que ocorriam ao seu redor. Só desentendia porque tanta vida num espaço de morte.
Ele gritará aos subterrâneos, mas ninguém o ouvia. A boca com um vácuo esferóide, muito profunda, fez ecoar na eternidade o esquecimento. Ninguém recorda, mas ele sabe o que pronunciou, logo ali, abaixo de nossos pés. Estava lá todo tempo se expressando, queria morrer, deveria ter morrido. Por mais que tenha erodido sua face, ele continuou por ali, não se movia. Mas de tanto querer ser humano, a argila se fez homem e eternizou num grito de insurdescência aos artesãos [surdos] modernos, que modelam a contemporaneidade silenciosamente.

6 comentários:

Lou disse...

É assim que se constrói história! =)

Por que será que eu entendo melhor e rapidamente os teus textos mais agressivos e obscuros??

Anônimo disse...

LIXO

Lou disse...

Que idiota. Quer criticar e não tem coragem nem de se identificar..

Típico...

Anônimo disse...

Já temos uma identificação, satisfação sou o IDIOTA,

qUER sABER qUEM sOU oU o qUE pENSO?

Lou disse...

Nossa... Quanta coerência!

Não me interessa saber o que tu pensas. Eu tenho opinião própria.

E pelo visto a tua não acresceria em nada.

Por isso não acho que seja relevante.

Anônimo disse...

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