Confissões de um poeta do século XXI

Sou poeta de uma geração tola. Drumond recusou-se de ser poeta de um mundo caduco. Eu inoptavelmente sou poeta de uma geração tola. Sou poeta da superficialidade. Do baile de máscaras. Do carnaval em pleno 25 de dezembro.
Sou poeta perdido, em meio a uma geração oca, sem sentido. Na falta de um opinião própria eles escolhem as palavras alheias. E se embebedam do licor de outrem. Recusam saber. Recusam existir. Sou poeta de rosto imberbe. E a minha geração de feitio igual não busca mais a decência. Não busca mais a inocência. Se bem que inocentes todos somos. Independentemente dos nosso erros, Deus nos fez errados a culpa é DEle.
Eu sou poeta, uso máscara. E sou tolo. Procuro alguém para pôr a culpa de eu ser ignorante. De eu ser ocioso. Deus é o ser mais fraco que encontrei. Então a culpa é DEle.
Minha geração é inerte. É manipulável. Corre atrás dos sonhos alheios quando não podem sonhar por si mesmas. Talvez nem precisem. Mas na escolha entre dois caminhos errados, eu preferiria escolher o meu próprio caminho errado.
Sou poeta de uma geração errada. Certa em seus próprios conceitos. Buscam uma liberdade e se encarceram numa realidade midiática. Acreditam na ciência. Crêem em seus próprios sentidos. E não sabem que o corpo mente mais que a alma. Ignoram possíveis realidades, aparentemente irreais. Realizam-se na solidão de um quarto de um prédio alto. Só para se sentir superior.
Sou geração também. Sou multidão perdido dentro de meu corpo. Corpo senil de duas décadas. E passam multidões, legiões por dentro de mim. Não posso exorcisar-me a mim mesmo. Por isso escrevo redundantemente. Com o português falso, tolo e barato e aprendi na escola.
Já nem sei se aprendi a ler. Minha geração é de analfabetos funcionais. E sou um poeta analfabeto. Analfabetizado. Sou poeta e as palavras não me alimentam. Não me são comestíveis. Como sobreveria assim?
Minha geração é poeta. Eu sou punheteiro. Punhetando palavras tolas. Tontas. Tremidas. Tolerantes. Tolerantes até demais. Para uma geração tão "moderna". Talvez modernidade seja sinônimo de intolerância. De mente alguma.
Ah Drummond. Idiota. Recusou o mundo caduco. Eu mergulho na minha geração tola. Oca. Com o manual de instruções dentro de um ship. Disponível para baixar a qualquer hora. Minha geração está perdida. Encontra-se encontrando em encontros marcados.
Sou poeta.
E a minha geração. É tola.

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