Hermano,

Minhas paixões estão sem controle, minhas noites estão em claras e agitadas e meus sentimentos apodrecem no canto de uma cela qualquer.

Querida,

O que sinto por você não pode ser medido nem vendido, pois é vazio e leve e o único peso que aqui há e o de respeito a sua morte em minhas memórias póstumas.

Mamãe,

O sexo que fazíamos quando jovem já não me traz o mesmo prazer, hoje transar com você já não significa mais nada para mim. Suas lágrimas não me afetam, seus gritos eu já não escuto os meus desejos giram entorno de nossa morte.

S/ titulo

O que queríamos?;
alguém consegue
lembrar?; o que
queríamos? nunca
será lembrado,
estávamos ali, parados
sentados, olhando, conversando,
os assuntos nunca passavam de pessoas,
atitudes, representações, alguém teve uma
ideia, uma piada?; porque os risos?; são
ideias, pena que ninguém falou, da calça
suja de nenhum, ou da resposta tensa do
outro, falavam de ideias e nunca poderiam
entender, todos ali esperavam uma grande
ordem, ou tudo se ganha ou tudo se perde,
mas porque essa ordem não chega logo?;
aos que esperavam com pedras nas mãos,
já tem suas mãos sangrando, machucadas
pelas pedras, os que esperavam com flores
já tem suas mãos feridas pelos espinhos
das rosas, e a maldita ordem ainda não
chegou, o que queríamos, quando nos jogamos
para fora do ventre no mesmo dia, no mesmo ano,
no mesmo mês, e recebemos todo
o a-feto que nos foi fornecido, queríamos,
que todos passassem a mão sobre nossas
cabeças, e vivemos assim por muito tempo,
até que o dia chegou, estamos jogados
no lixo e ninguém nos vê, porque
passamos a noite discutindo sobre
o vazio e o ser?; diante do exposto
tomamos a seguinte decisão:..................

S/ titulo

O que vale a pena?
pena que estamos vivos
noites transpassadas
vidas passadas, vida
curta esperamos tanto
e nada vem, e quando
vem é uma merda de um
onibus, um metro caindo
aos pedaços, nos jogando
no chão, jogando bem além
do chão, pena que não existe
inferno, se existesse é lá que
estariamos, jogados pisados,
esperando toda a merda vomitada,
arremessada, estamos aqui ainda,
vendo o que não queremos, ouvimos o
que não queremos e o pior de tudo,
não entendemos, não entendemos essa sua
cabeça depravada, frases que matam, mortes
inconscientes, inconsciente foi a noite,
em que morreram o mais fortes dos guerreiros,
herois que nunca existiram, perdas somadas
aos milhões de reais jogados fora, por corrupção,
por distração, e distraido seguimos a estrada que não
tem fim, que não está em nós, estradas que só trazem dor,
amor que nunca existiu, amor que reprimiu, reprimidos seguimos
a linha, a linha da morte, a linha da vida, vida e morte
se confundem, quem nunca morreu nada dirá, os que morrem
continuam calados, o silencio não erra, eramos quando
falamos, erramos porque o certo é errado, ainda não
sabemos porque continuamos, continuar pra que?; se vamos
dar a volta em tudo, voltas que nunca serão iguais,
vidas que jamais ressucitam, estava tudo errado,
errados estamos nesse mundo certo...

S/ titulo

Insuportavel, era assim que podia
se definir aquela tarde, ou aquele
fim de dia, a estrela brilhante
estava torrando a paciencia de continuar
respirando, velocidades que ninguem consegue
entender, numeros que matam, que assutam,
o transito era um reflexo do insuportavel
naquele fim de dia triste, quase não se podia
ver os passaros, e nos meio daquele calor
escaldante, até as aves buscavam refugios,
e em um minuto de fama, um minuto de drama,
um passaro foi visto, parado ali no meio do
movimento, no cruzamento, cantando canções
vitoriosas enquanto a luz vermelha do
semaforo não se apagava, e logo já
vinha uma luz verde, que indicava
liberdade, e novemente velocidades,
agressividades, que se somavam a novas
estatiticas, o mundo naquele momento não
andava tão calmo a ponto de romantizar
o canto de um passaro, mas esse foi o motivo
que amenizou o peso do dia, as ruas empoeiradas,
a sujeira na estrada e alguem da sacada do apartamento,
olha o jumento carregando agua, para onde os canos não
chegaram, onde as dificuldades são maiores,
onde a comida nem todo dia vem, onde as letras,
são bastantes complexas e um conjunto de letras
não formam nada, onde os cantos dos passaros ainda
são aprecidos, na calmaria de onde tudo é dificil
os passaros ainda tem seu valor, pois cantam de graça,
para os ouvidos do pensador

S/ titulo

Poderiamos estar comemorando,
mas não estamos, mesmo com a noite
suave e a bebida gelada e a comida quente
não comemoramos, pois alguem nos disse
que Friensky, não estava mais entre nós,
nesse mundo consumido, ainda não sabemos
o motivo de sua morte, ele trabalhava durante
o dia todo e até alguns pedaços da noite,
todos acreditam que o brother Friensky,
morreu no trabalho, porem seu corpo foi
encontrado embreagado e jogado em um bar,
alias em mais um bar, uma pessoa que nunca
bebeu e não gostava da amargura das bebidas fermentadas
a viva já lhe era muito amarga,
e então podemos comemorar o que?
vamos celebrar a passagem da vida
terrestre para a vida celeste?
não é nosso prestigio,
poderiamos nos lembrar, dos
dias crueis na fabrica, das
mãos calejadas, das mãos quebradas
dos sonhos que sumiam, a cada queda
da lamina que cortava chapas, cortavam
pensamentos, ideias, no caso do Friensky
cortou seu corpo, se tornou morto,
e ao contrario do que alegaram, ele não
estava muito louco,
talvez aquelas mãos cansadas de verificar
cabos eletricos, eletronicos, eletrons
que contaminavam a mente e na tarde, poderia
ter influenciado na tentativa de matar seu
patrão, e duas horas mais tarde, foi encontrado
morto no bar, esse deve ser o mundo em que vivemos
esse é o mundo em que morremos, esse mundo é onde
comemoramos todos os dias todas as mortes, todos
os indios, todos os cablocos, todos os escravos,
todos os membros do sub-mundo, todos da cana, todos
da soja, do milho, madeira, petroleo foram mortos
como voces, como nós.

Quando criança a primeira vontade que tive foi a de querer morrer, naquela época diziam que eu era doente, diziam que eu sofria de algum mal, do fígado ou do coração mesmo. Sei apenas que os meus médicos sempre negaram de qualquer enfermidade em mim, contudo tenho certeza que sofro de algum mal desconhecido deles.

Durante minha infância cresci aproveitando ao máximo os prazeres ilusórios da vida. Acreditava no que não se podia ver, mesmo assim era feliz e como era. Estes sentimentos sombrio, depressivos e angustiantes nunca estiveram presentes durante minha infância, mas naquela época não havia tristeza me mim, como era bom ser criança. Isso durou até quanto eu descobri que tudo não passava de mentiras, sofri tanto com essa descoberta, como sofri. Lembro-me que a minha votante de morrer permanecia e os meus planos para um possível suicídio estavam se concretizando.

Quando cheguei à puberdade eu sangrei e chorei muito. Conheci a angústia e a depressão, entretanto, eu não sábia mais o que era certo e o que era errado. Naquele momento eu estava sem caminho a percorrer e resolvi desbrava o mundo da ilusão. Entrei em um caminho torto, estava cansado de sofrer e fui atrás das paixões e da felicidade e foi assim que encontrei a fantasia. Cheguei há estar alegre no mundo das fantasias, porém apenas durante o dia, o meu problema era durante as longas noites, nessa época o meu melhor remédio era eu não ficar comigo mesmo, o que acontecia com freqüência nas madrugadas. Nas madrugadas eu tinha muito tempo para planejar os meus velhos planos da infância, planejar a minha morte.

Hoje sou um homem doente... Um homem mau, um homem desagradável[1], vivo de cama com a saúde muito debilitada. Se fui uma pessoa boa ou má, não sei, apenas sei que nunca desejei estar aqui neste lugar miserável e vivo, sempre me senti obrigado a viver e hoje percebo que a vontade de me matar foi o que me manteve vivo. E como dizem os filósofos, que a única questão digna de reflexão é o suicídio. E afirmo com orgulho que foi sobre este tema passei grande parta da minha vida a pensar e é por isso que acredito estar vivo.



[1] Em referencia à Memórias de subsolo.

S/ titulo

Amanheceu novamente,
ferozmente, a briga da
ultima noite não foi
suficiente para livrar
essa força acumulada
e contida, os corpos
ainda estão machucados,
ainda estão destroçados,
muito mais e muito menos
que corpos temos mentes que
alucinam com apenas um copo
de agua, que nunca serviram
para nada e por falar em nada
vem logo aquela ideia uniforme
de tudo, onde poderiamos nos
esconder se as estrelas começassem
a cair?, onde tudo é destruido e nada
passará camuflado aos olhos do senhor,
senhor porque vossa alteza não vai
a merda?, gostaria de poder viver mais com
tudo e esquecer desses nadas, e tu nadas?
sem motivos, nem objetivos, era o que o cara
do microfone gritava e ninguem podia entender,
nem mesmo quem vivia no quase inconsciente,
incompreenssivel mundo de sangue, merda, lixo,
já falamos dos senhores?, multilação, violencia,
Lucy ainda lembramos de suas alegrias, na ultima
semana ganhou o premio de melhor amiga, melhor amante,
melhor delirante, mais nesse muito o que dura mais de 7, 10,
100, nada podemos esperar da tendencias, as tendencias são
essencialmente suicidas, poderiamos nos enforcar agora, mas não vamos
sabe porque?, porque no minimo gostamos dessa merda, desse esgoto, já falamos
dos senhores?, porque voces inexistentes leitores não nos deixam em paz?,
parem de ler isso, nuncam entenderam mesmo, se quiserem podem ir a merda
ou se for para mudar entre na cabeça de alguem e em breve mudaremos essa merda
que todos chamam de terra................
Prostração

O sentimento jaz aqui dentro

O fogo queima a pela e destrói as cinzas

Minhas palavras me engasgam e se acumulam dentro de mim.

O que antes era fácil hoje é me destrói e me transforma em pó

Prostração

Os meus dias são funestos

Os melhores sentimentos que hoje vejo estão expostos em estantes coloridas

Os corpos vazios caminham sem rumo

Justificam estes movimentos como uma fuga desta realidade...

[A fuga das realidades é o único meio de viver]

Os corpos vazios

Pessoas gordas, feias, magras, velhas e sarnentas

Prostração

Tento esquecer que faço parte do pior

Entro em meus sonhos procurando as cores que me alegravam quando criança

Não consigo encontrar motivos para uma vida digna

Prostração

Busco o transcendental de papeis brancos

O desespero em mundos metafísicos

Entro num profundo mundo solitário

Desejo que o fim seja o melhor começo.

Prostração.

S/ titulo

Já se passaram muitos anos,
voce não vai voltar, todos
imaginavam isso, tudo não
passou de um sonho bom,
ainda temos armas nas
mãos, não temos nenhuma
solução, olhavamos a estrada
e sentiamos dor, amor, e voce
flor negra não voltará enquanto
essa triste cidade perdida existir,
tudo que nós restou foram lembranças
de quando voce horrivel flor negra, cortava
ou melhor rasgava o chão empoeirado das
cidades, nossa mente já comprometida,
por muitos complexos e traumas, ainda eramos
obrigados a cheirar aquela fumaça, seria bem
melhor flor negra, se estivessemos em uma camara de
gas e morrendo, sonhando, transpirando, pirando
e no apice da perdição imaginavariamos voce nua
em nossa frente com o seu mais horrivel e podre
corpo, corpo sem massa, sem asas, e as petalas e folhas,
já foram derrubadas por nossas armas de repetição com canos
refrigerados à sangue, quando estavamos pensando em partir para
o leste e saquear, assaltar e demolir as construções da ciencia,
voce flor negra, foi mais rapida e quando ainda estavamos arrumando,
a bagagem, recebemos a noticia dos mais diferentes jornais
que tudo está acabado, estavamos sos neste mundo, tudo mudou, os olhos
e as bocas dos aflitos nunca mais tiveram paz, e agora flor negra da galaxia
perdida, sinto que é hora de partir não sabemos para onde, porem a estrada é longa
e as curvas são bastante fechadas, não confiaria em ti flor negra, mas desafiou nossas vidas e se pos em um perigo eminente

S/ Titulo

As pedras jogadas no rio,
sofrem uma queda quase fatal
afundam e se afogam no solo podre,
e lá permanecem por um longo tempo,
perdidas no fundo, perdidas no mundo
quando um dia conseguirem chegar a margem
novamente, pode ser que esses velhos e
podres corpos que nos sustentam já se encontrem
atolados dentro da terra e que lá permaneçam
até que alguem vindo do além nos resgate e nos leve
para bem longe desse planeta em extinção, em ebulição,
os mundos destruídos por nós, já somam vários milhões
e esse não será o ultimo nem o primeiro, será apenas
o planeta terreiro, que pouco pode fazer para conter
a contenção das aguas sujas do rio, onde tinham cachoeiras
e agora nem as pedreiras sobrevivem, as maquinas pesadas, maquinas
desgraçadas, que se empenham em jogar pedras no rio e junto com um
massa cinzenta, uma massa cimenta afundam e causam traumas, as formigas
traumatizadas, correm com medo dos estouros de dinamites que sobraram
dos assaltos de bancos e agora são usadas para quebrarem as pedras,
as pedras são esses pobres seres que permaneciam ali como guardiãs do tesouro
só que esse tesouro não existe para quem não sabe dar valor....

Irmão,

Eu invejo-te

Tuas palavras concretas e certas

Tua imagem e tua voz serena

O pensar e o agir de um sábio

Isso és digno do teu ser

Grande ser és tu, irmão

Falas com prazer de um grande hombre

Quando não encontras as palavras certas,

Realiza em suas ações o que não pode ser exprimível pela tua voz,

Admiro-te

Pois, tu sabes ser tu

Quando não há palavras e nem ações

Tens forte presença, que ultrapassa o teu ser

Irmão.

Pode o sangue não ser a nossa ligação

Ainda assim tu és para mim

Um irmão.

s/ titulo

Agora estamos aqui e estamos aqui mesmo,
escrevendo sobre o não sabemos lendo o não
entendenos, se encantando nos cantos o mundo,
bem que queriamos explodir seu cranio e comer
seu cerebro como se fosse espaguete, mas não
deu, erramos a medida de dinamite e nos explodimos,
antes olhavamos a estrada e ela parecia não ter fim,
um dia seguimos a estrada até seu fim e chegando lá
percebemos que era simplismente outro começo, seguimos
todos os começos e fins visiveis e quase nos tornamos
in-visiveis, nessa epoca nos acompanhava um cachorro preto,
ele tinha o bilho de um louco diamante, porem ele morreu,
quando tentamos explodir seu cranio para comer seu cerebro,
já nem sei de quem era o cranio e de quem era o cerebro,
não nos importamos em ter o não ter, nem em ser ou não ser,
por enquanto vamos correndo pelados pelo mundo, mostrando quase
tudo em busca de quase nada mesmo, pelo menos, não temos certeza
do que buscamos, não se esqueça nossa querida de abastecer os tanques,
porque a estrda se torna quase desertica agora, e só vamos parar,
proximo a paraiso, onde iremos explodir outro cranio e tentar comer
outro cerebro como espaguete, e lá seremos outros....

s/ titulo

Sempre lhe ocorria as mesmas coisas,
quase nunca confiava em dizer para ninguem,
o que acontecia, então não comentava somente sentia,
que sensação era essa?, só tiveram conhecimento um pouco
antes de ficar inalcansavel, geralmente começava pela manhã,
era uma sensação de vazio, de perca, de tedio, nesse dias as
pessoas mais importantes para sua vida, não tinham significado
algum, sua aparencia era alvo de comentarios em todas as repartiçoes,
comentarios dos mais varios graus, desde de simples drogas, chegando
ao nivel de livros, porem o que fazer quando nem as drogas são mais usadas,
simplismente porque já não aliviam nenhuma dor, o que fazer quando os livros
já não tem importancia, muito menos seu significado, alias esses significados,
as vezes carregava ainda essas sensações que tiveram fim naquela manhã fria de agosto

S/ Titulo

Os dias começam e escondem,
os crimes cometidos na noite,
corações que batem aflitos,
corações que já não batem,
felicidades adquiridas em
uma cama com uma pessoa,
felicidade curta, o sol nasce,
muitas morrem, desaparecem,
talvez existam coisas que nunca
acontecerá novamente, e
caminhando como uma serpente
exposta ao sol, lutamos para
chegar na sombra do vale
das sombras, nas sombras
do seu corpo, me perco, me iludo,
não queria que fosse assim, mas
no fim vou ver todo aquele sangue,
sujando as roupas brancas, roupas brancas
de paz, será que você vai fazer falta,
pelo menos pra mim nunca será esquecida,
desculpe por não lhe permitir,
que leia isso, existem pessoas
que não podem viver mais que uma
noite, desculpe por não lhe deixar
ver o sol novamente, quando o
sol nasceu havia uma mancha
escura em sua volta você
estava escura, suja, mas o sol
escondia toda a escuridão
já nem sei o porque das desculpas,
deve ser uma forma de aliviar
a alma (alma?), que carrega varias
tragédias, enquanto uns dormem, outros
dormem para sempre, tento descarregar,
tento aliviar, seremos para sempre um louco
diamante brilhante.
Se fosse pra lhe dizer algo diria, para não se afastar da cidade, só por se afastar, porem naquele momento nenhuma palavra ou pessoa podia lhe alcançar, a rodovia era escura assim como era obscuro os pensamentos daquela pessoa perdida, o cheiro de combustível invadia o ambiente, o motor estava no limite ou quem sabe além do limite, limites mesmo não existiam, pra quem nem se quer sabia pra onde ia ou de onde vinha, quem sabe visitar aqueles velhos amigos que algum tempo atrás já estiveram mortos, e tentar fazer um velho horrorshow que há tempos não fazia, fazer as velhas misturas que lhe fazia perder o sentido, perder os motivos e quando já estava longe demais, longe de tudo, ainda tinha um telefone que tocava e lhe chamava, chamava?,
pra onde?, pra que? e como se fosse instintivo aceitou o convite ou quem sabe a chamada e lá encontrou os amigos do momento e também as coisas do momento, só não encontrava o momento, o momento de partir e como se fosse um filme antigo o telefone chama de novo e logo ninguém daquele lugar poderia lhe tocar a unica coisa que ainda tocaria era o telefone porem momentos mais tarde nem telefone, nem toque, nem chamada, poderia lhe alcançar estaria ao mesmo tempo longe demais e próximo demais, estaria em uma vitrine ou quem sabe esperando um taxi, taxis que nunca saberiam, parar onde se encontrava quem sabe porque já não se encontrava em lugar nenhum e em tempo nenhum.... se encontrava perdido dentro de seu corpo, seu corpo expulsava tudo com uma mistura alucinogena de todos os liquidos contidos em um corpo, talvez aquela fosse a hora do fim, porem não foi... continua na vida

Trevas

Mundo em escuridão

Cacos, explosões

Pernas e braços nos ares

Vísceras no chão

Sangue escorrendo na parede

Corpo estendido na sala

Pendurado por um fio

Rosto com suave toque de roxo

Nervos duros

Tudo paralisado

Pulmões transbordando água

Copo inchado

Levitando

Suspenso

Ontem fugi

E isso foi

Para nunca mais voltar

Tudo aquilo foi bom

Durante certo tempo

Tive muito prazer

Agora vivo na podridão

Junto aos tapurus

Vomito sangue

Menstruo pus

Mastigo a sociedade

Ingiro dejetos

Não faz mais sentido viver aqui

Te aguardo, dona Morte

- Estou em busca de prazer.

s/ titulo

Motivos desmotivados, levam escritas
sem noção de tempo, de lugar, de amor
ou sangue, motivos nunca foram suficientes
para escrever, escrevia simplismente por
querer escrever, escritas que tiveram o mesmo
efeito daquelas palavras ditas a 120km/h na rodovia
vazia, palavras que nunca serão ditas outra vez,
as palavras pronunciadas já não existem, quem disse
agora está doente, doença e ver tudo acontecer e nada fazer,
chega uma hora que voce sente vontade de gritar, de falar
o que sente, mas o que vai dizer?
poderia ter ajudado aquele cara atravessar a rua, mesmo que ele
não quisesse deveria obriga-lo, se ele insistisse em não atravessar a
rua, poderia mata-lo, pelo menos assim teria feito alguma coisa,
somos livres para ajudar quem quisermos a atravessar a rua,
ninguem é livre para escolher se quer ou não atravessa-la,
e quando voce acha que conseguiu ajudar alguem, tudo que está
na sua frente não passa de um cadaver, que logo desaparecerá,
e voce continuará sendo esse mesmo verme, sem cor, quando o sol
estiver muito forte e proximo de sua cabeça, voce comunicara as pessoas
que estão ao seu redor que o sol está quente, que o dia está quente, que faz calor,
e todos os outros vermes perceberão a mesma coisa e irão travar um grande dialogo
sobre o sol estar quente, quando voce não se encaixar mais na palavra voce, use voce para
alguem, se alguem não quiser o uso da palavra voce, entre em contato, te empresto armas
e obrigue, faça a violencia e o mundo continuará cheio de vermes, ideias que não passam de propagandas de protetor solar, porem agora tudo está sem controle e sentido, o ponto de vista
só depende de alguem que está deitado esperando o café, ou se alguem está com a mão queimada de tanto fazer café,
o sol queimou meu cerebro, agora ele vai te queimar, corra!

s/ titulo

Era madrugada, uma madurgada
igual as outras, porem essa talvez
não tivesse fim, mas teve fim igual
as outras, as madrugadas se tornaram,
um tanto grandes para se refletir, e no meio
de pensamentos vagos, por um instante
começou a ter medo,
medo de que?
isso não soube responder até que a luz
do sol voltasse a se espalhar, o ambiente
estava fechado e era seguro, porem começou,
a percerber que não havia ameaça externa, porem o
medo era grande, o suor começou a descer,
as mãos estavam tremulas, o medo vinha
de dentro assim como a ameaça, tinha medo,
o medo era de si, medo porque?
não sabia, só sabia que era forte e por
desespero, começou a pensar em como se
defender daquilo, correu em busca de armas,
se armou e se escondeu ainda mais, se bem que
queria fugir, fugir pra onde, fugir de que?
ficou ali naquele pequeno lugar onde mal podia
se mexer, e ali com armas na mão, começou a ter
alucinações, tudo girava, porem tudo continuava parado,
o frio começou a incomodar seu corpo, mas mesmo assim
o suor não parava, musicas marcantes começaram a se misturar
na sua cabeça, gritos de marte faziam sentir mais dor que o normal,
na cabeça, no estomago, o estomago já não aceitava mais nada, então
jogava tudo fora,
e a cabeça?
essa não podia jogar nada fora e aquilo que crescia sem parar
ficou insuportavel, as armas já se viravam contra si, e em uma tentativa
de acabar com toda aquela ameaça, lançou-se ao ataque, porem estava fraco,
tão fraco foram os ataques, mas mesmo assim o sangue corria, por um instante
esqueceu de tudo que o atormentava e ficou ali assistindo aquele liquido quente
escorrendo pelo corpo até que atingir o chão, tudo começou a voltar ao normal,
cuidou dos ferimentos, o dia já vinha pela frente, em pouco tempo estaria no trabalho,
as mentiras seriam aceitas, o telefone tocava, porem ligava para ele.

Quase amazônida

Eu falo do que vejo
do que noto
do norte
da morte

Eu falo de poesia
falo da fantasia
da quase afasia
do meu ser

Eu falo de noites
de sortes
de cortes abruptos
de um quase ter

Falo do Madeira
de Rondônia
da Amazônia
daquilo que você não vê

Eu falo daquilo que tenho
do errado que é aqui
Falo do meu Velho Porto
Da falta de um jardim

Tenho falado
da falta de voz
Tenho tentado ser
O que resta de nós

Sou bicho Quase
Sou coisa Quase
Sou quase amazônida
pedaço de terra queimada