Acreditas nas suas próprias palavras, nos seus dizeres, fale-me a verdade como pode esta pensando/dizendo/fazendo atos verdadeiros se no principio era tudo mentira, sabemos que nosso mundo é uma fantasia, um mundo surreal, abstrato, concreto. Tente viajar nestas linhas desconexadas, com porções de entorpecentes, o real é ilusório e o ilusório pode ser um concreto/abstrato, o negro é vermelho e o branco, verde. O mundo pisca, as imagens são lançadas no espaço, qualquer representação do indeterminado (Apeíron) não podendo ser nomeado. Veja, o papel sumiu, as luzes o absorveram e agora todos estão cegos, mais ninguém pode ver a escuridão, o céu esta caindo, o mar nos suncubiu, acredite, toda esta surrealidade é visionaria, utópica, mais acredito que você esta alem destas percepções. Gire, gire, mas rápido, deixe o mundo se misturar como tinta guache, depois mergulhe e tente interagir com todos os tons de personalidade. Não crie conceitos pré estabelecidos deste mundo, o caos um dia lhe fará bem, inspire e respire estas cores, se deixe afogar nesta viajem truculenta e amarga, vá alem do algodão doce, não pinte ursinhos, mas cheire vomito, cuspa em seu pai, e atire pedras em seus amigos, uma vez isto me fez bem, a primeira parte e muito linda, me lembro do fim desta beleza lembro-me que eu atirei em minha própria cabeça, mas no meu lento deitar me surpreendi com tantas gargalhadas, mas cai tranquilamente, em câmera lenta respirei fundo e admirei meu sangue escorrendo para o infinito, no acaso pude perceber as belas vozes me acalmando e querendo que eu continuasse o show, mais as mascaras sumiram e a tinta havia acabado, o mar voltou para o seu lugar de descanso e seu tive que voltar a respirar esta podridão, mais o resultado foi intenso, correr parado e ser um não ser.



- Desfrute todos os sabores e elabore novos conceitos, um dia isto ira acabar.
A sala estava escura, o filme era psicodélico, muitas viagem, e eu ainda estava sobe o efeito da maconha, tentei prestar atenção nas cores que eram jogadas na parede daquele quarto escuro, tudo era muito mais forte, o cheiro, os movimentos e ate o sabor, acredite, em certos momentos ate achei que estava delirando, não consegui deixar de pensar em horas atrás, daqueles leves movimentos ao seu falar, com toda a sinceridade, e seu doce jeito de pedir, gostei bastante, mesmo assim disse NÃO, era ridículo aquele pedido, mais quando entrei na sala escura e comecei a assistir ao filme, suas palavras se misturavam com todos os movimentos que eram expostos naquele instante, suave e simples, delirante sensação, como eu poderia ter dito não, daquela forma, foi ridículo da minha parte, mais ela merecia, percebi que estava tentando me dominar com a dança das cores em suas palavras, algo como se fosse uma terceira dimensão, quarta, quinta, sexta... Sei lá, talvez tudo fosse nulo, suas palavras, as cores, e todo as outras viagens que se faziam presentes naquele momento, era muito surreal, o filme transformava tudo alem da imaginação, não consigo pensar nada alem das cores se misturando com as palavra de outra hora. E as palavras dela eram demais, era como se fosse um tiro no alvo certo, estourando todas as almas mortas, certeiro no invisível, como se pudéssemos respirar o fogo e inalar a água de forma profunda e gélida, em pura e perfeita sincronia, caminhado sobre as sete mascaras que sempre usamos no dia-dia. Estas mascaras são necessárias para enganar, talvez você esteja usando alguma agora.

Preciso de uma arma.


Tenho que matar este mostro que esta dentro de mim, esta querendo me dominar, nãoconsigo entender, você fala manso, destrói as cores e impõem esta dança melancólica, sem sentido e depois de tudo joga esta transição na parede, não me venha com filmes que tem o final feliz, saiba que estes filmes são podres, finais felizes dão ânsia de vomito prefiro os que a morte abraça a vida e se misturam, em uma simples dança, com sabor de rotina, uma rotina nova a cada dia, estes filmes são bem melhores, se bem que é necessário se embebedar a cada amanhecer ao seu lado, para sempre ter estas cores misturadas com as suas palavras simples, do que viver de filmes fatidicos.

Vida Seca

Sempre e o mesmo nhê nhê nhê, conversas sem rumo, olhares que procuram o vazio de lugares “completamente desocupados,” diversas cores no horizonte, um verdadeiro carnaval, vários sabores, com cores e estilos de som variados, alguns com tons de verde e batida de jazz, outros com um simples vermelho e ao fundo a calmaria de um samba tupiniquim. Verdades aparte e certo que esta mistura e magnífica, subclasses e seus derivados, todos jogados no chão todos componentes da mesma orgia, um campo aberto no céu da imaginação, com seu compasso descompassado, ritmos em desordem, criando um belo tocar de apenas um flauta, criações únicas, ventos de apenas uma direção, sempre com suas falas, sem sentido e suas musicas que falam de amores utópicos, dentro um organismo tão complexo. É fato que com isto podemos encontrar falhas no sistema, que juntas causam toda esta asquerosidade, quem um dia iria imaginar que estas falas de amor, seriam significantes, o amor chega ate a matar os vermes, talvez seja a causa de todas as falhas, pois não é possível viver sem os vermes, talvez se você cuspisse para cima, seria uma forma de se salvar, Corra, corra, salve seus vermes, crie novas musicas de amor, novos ritmos, ande em compasso com suas linhas, - seu idiota. – não diga que não lhe avisei, ele sempre volta, o vento não tem força para transportá-los para muito longe, agora cante seu enredo de amor, grite, um dia ela poderá escutar com o som da sua eternidade, seu merda. Você não é o centro de uma lata de lixo, e apenas mais um que foi jogado fora, aqui todos um dia foram útil, para com todo este teatro, mais as mascaras caíram, e aqui dentro não podemos representar, esta subclasse não significa mais nada, quando acordar lembre-se de juntar dinheiro para pagar todas as contas, e depois guardar dinheiro para ir ao Happy Hour, acredite ainda existe as 8 horas e lazer.

vio-lento


Por acaso tudo continuava normal,
o sol que nos aquecia, agora nos queimava,
queimava muito a pele, os cabelos, o cerebro,
e sentiamos o cheiro desses cerebros sendo
incinerado pelo glorioso sol, o cranio já não suportava
toda aquela ebulição da massa cinzenta que cheira a fezes
da fralda esquecida de trocar, daquela criança esquecida
no meio da cidade onde passanvam os onibus podres, e
podres eram as pessoas que ali estavam toda aquela podridão
contida nas palavras e que falavam muito, muito mesmo porem não
diziam nada e aquela aflição por se alcançar a noite, porque a noite e grande
e é massacrante pois é o horario disponivel para essa grande massa de trabalhadores
que se orgulham de serem chamados de trabalhador brasileiro e vira letra de musica
"trabalha igual burro enão ganha dinheiro" e compramos isso porque somos isso,
o dinheiro não vem com o trabalho, vem com o pensamento, porem o dinheiro
corrompe o pensamento e trabalhamos e não ganhamos, trabalhamos
para sermos explorados e ficamos mau quando não somos explorados e
somos enquadrados dentro de um paradigma que é o dos vagabundos
e com esse orgulho de sermos brasileiros trabalhadores ignoramos
os escritores e tambem os que não escrevem e quem vai dizer,
se não matarei esse horrivel escritor que envade meu horario de trabalho....

Todas as árvores hoje estão muito silenciadas
Dos vestígios que ficaram só resta o norte
Onde nos lugares inacessíveis o vento sopra forte
Por algum ser que guardou essa terra
A mitologia sobrevive
Os ameríndios sustentaram isso a vida inteira
Até a chegada daqueles que traziam a cruz
Mas era o apetite pelas pedras flamejantes

Tirantes
Antes que os chamem de índios
Eles o chamam de deserdados

Após a domesticação de paisagens
Constituir base de vida
Os seres de pele vermelha
Foram reprimidos na exploração
Por tudo aquilo que os deserdados queriam ter
E nunca tiveram

Um sossego ainda ecoa na impenetrável Amazônia
O norte aponta lanças em todas as direções
A resistência hoje é isolada
Uma flechada contra a inveja

Selvagens frentes, enfrentamento!


Os artefatos mostram fortes antepassados
Que derramaram o sangue para irrigar a vegetação
Deram a vida pelo sossego
Rumo à passagem que leva ao sol
Para iluminar nossas vidas.

Um Simples Fato

Esta tudo muito desorganizado, nunca me imaginei que estaria assim, rodeado de pessoas tão ignóbeis, pessoas falsas com gargalhadas forçadas, troca de olhares ilusórios e com um requinte de miséria. Sim e verdade, por varias vezes me detive naquela cadeira, para não me levantar, pois sentia enorme vontade de ir ao banheiro vomitar, regurgitar toda aquela merda que eu absorvia perante a mesa, estava sentindo tanto nojo daquelas pessoas, não suportava aquele cheiro, parecia que havia algo podre entre-nos, talvez fosse o interior delas, talvez não, quem sabe fosse o simples fato da existência delas. – ares de intelectualidade podre. - O garçom se mostrava a venda, com seu sorriso exposto na vitrine ao lado do balcão de atendimento, mesmo assim ele nos servia daquele liquido libidinoso, invenção dos deuses gregos ou dos lideres dos subúrbios, não sei, mais com certeza ele trazia a alegria daqueles vermes, sim ainda cheguei a tomar alguns goles, tive a oportunidade de saborear, confesso que senti muito prazer, porque com aquele liquido pude controlar minha ânsia de vomito, ele funcionava em mim como um remédio, diante de tanta asquerosidade das amebas.

Inebriado pela inocência

Era noite e todos dormiam. A filha mais nova de um burguês sonhava, e ao acordar percebeu toda a sangria que na sua pequena vagina se hospedava. Eram noites de horrores e naquele dia a filha do burguês menstruava como um anjo celestial ela voava, para a rua em desespero e agonia. A menina já estava bem desenvolvida para sua idade, a qual chamou a atenção de um taverneiro inebriado que estava vagabundando por ali. Pálida... num vestido branco manchado de sangue, com seios a palpitar. O bêbado vendo a reação deprimida da menina, arrastou-a para detrás de uma taverna sórdida na intuição de a violar. Ele arranca o vestido e despi-a completamente. Via-se apenas um ponto escorrido de sangue naquele nobre corpinho branco o suficiente para o lunático se embebedar. Ela deita amedronta de pernas bem abertas sem contestação e o ébrio cai com sua lingüeta seca na buceta, quanto mais o corpo ela retorcia mais o maníaco se excitava. Nas menores caricias o cuzinho se agitava e o bêbado já impaciente o caralho apresentava no orifício daquele minúsculo pontinho. Forçosamente ele empurrava com a mão na cinturinha da nobre menina e a outra na boca para evitar gritos e reação que viesse a comprometer o ato. Já se tinha passado mais de meia hora e o bêbado suava enrabando a nobre burguesinha, a menina já não respirava e o sangue da vagina escorria. Eram noites de horrores e naquele momento o bêbado vadio gozava em cima da pequena defunta ensangüentada. Após o ato o bêbado deixa o corpo abandonado como o fim de sua vigília maldita.

Tristan Tzara

Durante o dia tudo funciona normalmente
o sol aquece
O vento refresca
As arvores criam as sombras
E o tempo não fica estático
Ele não corre, nem se rasteja
E não se transforma em bobo da corte.

As viagens são marcadas pela burocracia do sistema
Atravessando o rio da tristeza
Acompanhado de muitas asquerosidade
Algumas moças chegam a nos oferecer doses de repugnância
Com pratos abarrotados de futilidades

É preferivel, sempre o caminho de volta
há mais cultutra
Custuma-se lê seis livros por noites

As noites para mim são os melhores momentos desta passagem
Pois é nestes tempos que é possivel misturar as idéias
Tanto as libertinas quanto as libertas
As ideias libertadoras são as que mais me fascinam
Apesar de serem as mais fajutas

Sempre foi mais fácil amar as coisa ignóbias da vida
Elas são terrivelmentes fatídicas
Chega a me causar ânsia de vomito, regurgitar minhas vísceras

Sempre fui apaixonado pos viagens
Mais durante o dia e assustadoramente impossivel viajar

Quando se chega ao mar a vista fica embasada
À vista sempre é mais caro
Vista-se de requinte para ser melhor à vistada
A vida passa e você nem é percebida

Nos casos comum tudo ocorre caoticamente ocupado
Como o espaço reservado pelo seu ante braço
Ossos em conjunto
Fomam a maquina
Sozinha capaz de se auto-manter
auto/alto=ASCO
Foligem a espreita
Nas sombras das arvores
Frutas pecadoras, paraísos destruidos
Ainda amo o TEMPO.
Não. Não escreves. Não sabes o que é isso. O que fazes é torto, impossível, assimétrico. Tuas letras são amorfas, incompreesíveis. És um anjo guacho, o que fazes em vida? Nadas sabes, nadas possui, és um pseudo-ser! Sinta a raiva apoderar-se de ti, oh pobre criatura, o mente que nada absorve!
O barco está furado.
Veja, já me afoguei...

http://livronaoidentificado.blogspot.com/
Desejaria ver estes vermes se alimentando do meu organismo podre
Gostaria de ao menos, durante um minuto
Admirar aquele tapuru se divertindo dentro de meu crânio
Dentro de meu intestino delgado,
Fico aqui a imaginar
Aquele inútil urubu,
Reles necrófago da natureza
Devorador de restos mortais,
Bicando com enorme prazer meu figado,
Já em decomposição
Ah sim
Acredito que assim ficarei
Postumamente feliz

Vísceras perdidas.
Sem nada a dizer,
Digo sem nada o
Que fazer decidi
Fazer nada e assim
Preencher o tempo
Que me consome
E que é consumido
Sem nenhuma reação
E assim somos nos
Que de tanto nada
Fazer somos consumidos
Por nos mesmos
E começamos a vomitar
Todo esse lixo que é
Nosso e que é nós
E que por mais que nos
Consumimos mais esse
Lixo aumenta e quanto mais
Lixo temos, menos entendemos
E o mal do seculo é isso: temos,
Não fazemos, queremos não fazer
Não temos nada a dizer só a seguir
A repetir, e a sacudir a cabeça essa fabrica
Infalivel; inesgotavel; inmunda; in -teligente
Como se fossem cachorrinhos carentes querendo
Um prato da sua ração ou querendo alcançar
O saco de lixo que está na lixeira.
E é isso o que queremos nos alimentar
Sem nada querer fazer a não ser comer,
Sem nada querer entender e todo esse lixo
Que todos ( eu) produzem está me fazendo muito
Mal, estou ficando mal estou querendo
Não estar, depois de tantas buscas já não acredito
Que esse lixo um dia vai não estar no mesmo
Lugar/momento que essa pessoa que sou eu.
De todas as maneiras que usam para produzir lixo
Um sempre se sobre sai um aparelho que todos
Compramos e que é ligado ao mundo por uma antena
Capaz de coletar todos os requisitos necessarios para a produção
Esse aparerlho é mundialmente conhecido por tv
Ele é capaz de fazer jorrar milhões de toneladas/segundos de lixo
Na nossa frente para que possamos continuar
A produção individual e depois de tanto
Falar de lixo estou me sentindo tal mal
Que já não posso continuar,
E continuando o meu nada a dizer, digo:
Queria ter alguma coisa pra dizer e sem nada
Dizer estou saindo sem nenhum minuto; sem hora; senhora
Me ajude a encontrar a hora que me perdi a uns
Cinco anos atras e possa sair desse
Lixo e se não puder me ajude a não o ve-lo
Para que eu possa me sentar em frente
A tv e assistir tudo como se nada fosse lixo
E como todos, ter algo a dizer (mesmo que seja lixo)
E sem nada a dizer, digo,
Sem nada fazer, faço nada
Vou embora para lugar nenhum.
Enquanto os passaros continuam a voar nessa chuva que me alegra, me molha, me mata e a chuva passa e eu continuo diferente dos passaros que somem sem deixar vestigios como se fosse extraterrestres e passaram por aqui pra visitar e me transportar pra este fundo, sem mundo, sem cheiro, sem cor, sem amor, sem dor, sem esperança e mesmo sem esperança espero, espero o onibus que não demora e que nunca virá e se um dia vier não estarei lá, estarei em outra parada esperando o proximo onibus que transporta toda essa dor e que me carrega, pro mais oculto, eu, a dor, o amor, o odio, a compaixão, os sentimentos, estamos lá ou melhor aqui, só que a cada hora, a cada onibus que nos leva, ficamos mais ocultos, um dia pegarei este super trem que me trará de volta, não sei quanto tempo vou resistir, ainda não contruiram a estação e a cada onibus estou mais longe.....
Eu quero ser um velho fragilizado, como aqueles bem vulneráveis a doenças da idade.
Quero acreditar e confiar que a vida já passou e, já se passaram 70 anos
E estou aqui, sem autonomia com uma insuficiência cardíaca.
Após uma juventude de perdições e uma meia idade de preocupações,
Estarei numa dependência de familiares sofrendo de depressão.
Meus olhos estarão sempre contemplando um chão,
Numa visão turva com os olhos sensíveis a luz.
Um lacrimejar de cataratas numa face pesada.
Quero chegar em um momento que não resta esperar mais nada.
Continua a ESPERA.
Na multidão vários olhos a sua espreita
Confusões
Se possível a todas as direções
Alguns santos o guiam
Não que seja necessário
Nicolau há proteger a ESPERA,
Mais Não é possível um asco de molhador de merda,
Sem interior, sem massa cinzenta,
Apenas tripas, apenas confusões,
Há de ser espalhar toda esta porcaria pelo chão,
Isto é útil
Assim alguém há de olhar toda esta bosta pelo chão,
Nem que seja para se desviar,
Para não se contaminar com este lixo mais espera ou ESPERE,
Acredite isto não foi por você ou QUASE.
Fugas Devaneios
Fugas Alucinações
Pequenos e Sombrios
A procura de uma luz
Luz ou ponto
Caos com ponto final
Organizado uma luz perdida
Um espectro por acaso
Fictício ponto embriagado
Ponto bêbado molhado
Um ponto claro que faça diferença
Cheiro de merda
Não há motivos
Mais o homem bomba explodiu
Dinamites em sua cintura
“Ataque Cardíaco”
Parou explodiu o ponto claro na escuridão e partiu.
Foi Naquele dia,
Acordei atrasado
Sem qualquer preocupação com minha higiene matinal
Fui direto ao coletivo
Com aquele cheiro horrível não fui notado
Pois a podridão já tomava conta do ambiente
Alguns deles olhavam admirados para mim
Não que eu fosse um diferencial
Mais nunca havia me atrasado tanto
Minha respiração estava ofegante
Só quando sentei pude recuperar minhas energias
O meu corpo ainda transpirava muito
E aquele uniforme estava ensopado de suor
O cobrador me olhava meio que assustado ou talvez abismado, não sei bem
Talvez fosse somente ele percebera o que eu havias feito antes dentro naquele coletivo
E ela
Sim ela estava ali dentro
Demorei muito vê-la
Só percebi pelo seu cheiro
Que era o diferencial, um belo perfume
Que se misturava com meu cheiro de esgoto
Mais um cheiro comum por isto nunca ela iria notar
Minha podridão
Meu cheiro de ratos mortos
Tripas pelo chão
Vômitos de bêbado
Comida estragada
Nada disto conseguia se impor diante daquele perfume
Outros dias eu havia sentido cheiros mais maravilhosos
Mais sempre eu os domineis
Mais aquele era viajante
Uma droga que me fazia viajar por lugares, antes nunca visitado por mim
Era uma maravilha
Mais onde eu estava não poderia ser dominado assim tão fácil
Era preferível sentir minas vísceras apodrecendo sozinhas do que aquele perfume
Então ela se levanta e desce do coletivo, próximo ao jardim do Éden
Pronto.
Minha parada e a próxima
Eu e todo mundo que ainda se encontrava no coletivo
Ate ali eu já conseguia sentir o cheiro de enxofre...

Vísceras

Deixe a palavra mostra seu poder.
Estou sem forças
Minhas Vísceras estão expostas.
Eu preciso apenas de palavras para reerguer
Eu preciso de confrontos,
Preciso de Batalhas,
Preciso Lutar
De fugas...
De Sangue,
Tentar me levantar sem ajuda sem este olhar miserável.
É necessário discursos para fazer o horror
Silenciar o mundo com palavras
Num genocídio claro
Necessário, assim como se fosse normal,
Assim como é NORMAL, COTIDIANO,
Um simples genocídio,
Aniquilar como aqueles que enganam, matam
... Não que eu esteja com a verdade
Pois a mentira também é essencial
Devemos estuprar todas as verdades e as mentiras
Elas são irmãs e andam juntas!
Elas irão buscar suas tripas, pois elas se alimentam disto.
arranque rasgue seu coração
E mostre seu sangue, pois você esta impregnado de mentiras
Camufladas de verdades
Verdades com interior podre.
Penetradas pela irracionalidade
As verdades e mentiras agora lamentam
Por serem apenas definições de mundo
Conseqüentemente um orgasmo de realidade
Talvez fosse comum buscar a morte
Encontra uma realidade fora desta macabra e "utópica ilusão"
Antes fosse, Organismo de realidade.
'“vísceras” perdidas.
A poesia é feita pela carne, coisa de libertino, de obsceno – coisa não-coisa contra a carne; pelo ódio contra o ódio; pela indignação; contra a política, contra a história, contra as sociologias, contra o povo, contra as raças, contra a geografia; imposta e indisposta pelo não e pela negatividade, por tudo aquilo que enfrenta o horror, – jamais essa coisinha bem comportada, bem pensante, bem sensível, bem ordeira, coisinha bem papai-mamãe sob lençóis regionais ou nacionais, – bem-dita, rimadinha na medida, bem explicativa, substituta da masturbação, da adolescência interminável, das velhices sem pudor, do narcisismo, do voeirismo, das pedofilias, das necrofilias de chopingcenteres e redes globo, – das tantas vaidades, das cartas, das crônicas, dos artigos, dos jornais e revistas, dos chistes e das piadas, – e que tão bem se dá com todos os “podres poderes” do estado, com todas as oligarquias, palácios, secretarias, repartições, com todas as políticas e políticos, – com todas as tradições populares de submissão e impotência em superar-se: aquele povo que pode apenas fazer palhaçadas pro riso das platéias quando não é mantido bem longe por feder; – e todas as tradições letradas e cultas, eruditas e universitárias da alienação e das ideologias.


Por Alberto Lins caldas